Aos 22 anos, Felipe Silveira se viu diante de um dilema que muitos jovens conhecem: aceitar uma proposta de carteira assinada como operador CNC, com estabilidade e salário garantido, ou arriscar tudo em um novo negócio, num momento em que estava sem renda garantida mensal. Era um tiro no escuro. Ele optou por empreender e deu origem à F.S. Perfurações e Terraplanagem, em São Bento do Sul.
Felipe e a esposa, Thaís Emanuelle Gorniak, estavam recém-casados e com a filha a caminho. “Na época eu trabalhava frio, eu só recebia se eu trabalhasse. Eu estava um bom tempo em casa sem receber. Então meu maior medo foi esse. Surgiu uma proposta para trabalhar com carteira assinada como operador CNC, que eu já tinha feito anos atrás”, relata.
Thaís trabalhava e foi ponto crucial para o casal se sustentar. “Com o salário dela a gente se manteve até a empresa começar a engrenar e as coisas começarem a funcionar. E graças a Deus hoje as coisas dão certo. A gente conseguiu fazer dar certo”, celebra Felipe. Hoje, a esposa fica em casa cuidando da filha, e ajuda principalmente em questões administrativas e de marketing.
A empresa começou com uma única máquina comprada inicialmente para atender a demanda do tio, que precisava do serviço e não encontrava prestador na cidade. Quando percebeu que o equipamento estava parado, resolveu divulgar. E os pedidos vieram. “A demanda foi aumentando e chegou um ponto em que eu não conseguia mais atender meu tio. Saí da empresa dele e abri a minha”.
Antes disso, Felipe já tinha tentado várias outras coisas. “Tentei empresa com um amigo meu, não deu certo. Tentei abrir uma estofaria com um parente, também não deu. Fiz curso de programação, tentei abrir uma empresa na área de CNC, e nada deu certo. Várias e várias e várias coisas, eu tentei inúmeras coisas, bastante mesmo. Eu tentei muita coisa até chegar onde eu cheguei hoje, que deu certo”, revela.
Por isso, o conselho que ele dá hoje para quem pensa em empreender é simples: comece. “E tem que ter um pouco de medo, porque sem medo você vira um idiota. O medo te faz pensar, te faz analisar. Mas tem que agir”, explica.
Thaís reforça a importância das várias tentativas no mundo dos negócios. “Foram através de muitos ‘nãos’ que tornou a empresa o que ela é. Então, quanto mais experiência você adquire, às vezes nem é na tua área, mas seja a maneira como você trata o cliente, como você consegue ver o mercado, tudo isso acaba agregando mais ainda no valor da tua empresa de hoje. E isso foi uma coisa que eu sempre admirei muito no Felipe, porque ele sempre teve vontade de fazer”, elogia.
Felipe conta que sua “pesquisa de mercado” não teve nada de sofisticado, mas foi crucial para o sucesso. “Eu ligava, perguntava, falava com amigos da construção, queria saber se o serviço era necessário mesmo. Eu pesquisei muito”, cita, reforçando que hoje o seu negócio engloba outras frentes de trabalho. “Eu comecei a empresa com perfuração de concreto, apenas isso. Tinha uma máquina e um sonho. Mas como corri atrás, liguei, consegui comprar uma mini escavadeira, e agora a gente também faz a parte de terraplanagem e diversificamos um pouco mais a nossa empresa”, comenta.
“A gente ainda vive incertezas, mas estamos vendo cada vez mais resultados”, afirma o empreendedor.
Esta matéria faz parte de uma reportagem especial publicada na edição impressa de 11 de junho de 2025. Nela, são contadas as histórias de três jovens que decidiram investir no empreendedorismo.
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