Brasília vive um clima de tensão absoluta desde a noite desta terça-feira (5) quando parlamentares de oposição ocuparam as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado, em obstrução aos trabalhos. A pauta é clara: apoio irrestrito ao ex-presidente Jair Bolsonaro com a exigência da revogação da prisão domiciliar, a votação e aprovação da anistia geral e irrestrita aos condenados pelos atos de 8/1/23 e que seja pautado, no Senado, o impeachment de Alexandre de Moraes.
A pressão dos senadores para alcançar o número de assinaturas para dar início ao processo de afastamento do ministro do STF ganhou corpo e até o final da tarde de quarta-feira, 39 nomes estavam firmados. Faltavam três para alcançar a maioria. Os parlamentares avisaram que não deixaram os plenários – alguns, como os senadores Magno Malta (PL-ES) e Eduardo Girão (Novo-CE), além do deputado Hélio Lopes (PL-RJ), se acorrentaram às mesas, num gesto radical. A Capital Federal vive tempos perigosos.
Cancelamento
O fato político extremo acentua o atrito nas relações entre Brasil e EUA e eleva a incerteza e a pressão nas negociações do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, que entrou em vigor na quarta-feira. Uma consequência direta foi o cancelamento do encontro da Frente Parlamentar da Agropecuária, que debateria os impactos da medida. Ficou para a próxima semana.
Crítica
A voz do agro de SC na Câmara, deputado Rafael Pezenti (MDB), classificou o momento de tenso e delicado: “A agricultura e a pecuária de SC estão pagando por pecados que não cometeram. A diplomacia estúpida de um país que se alia à ditaduras, faz com que portas se fechem e aí não são os políticos que sofrem. Quem sofre são as pessoas que pagam os salários dos políticos”.
Diálogo
Pezenti continua: “Nós mandamos muita carne para os EUA, além de madeira, tabaco, mel e etc. Muitos produtos que saem da agricultura familiar e que agora vão perder valor. O impacto vai ser gigante, vai ter menos dinheiro girando no interior e muita gente desempregada. Tem que negociar, dialogar. Só que parece que Lula não está disposto e a crise está só no começo.”
Ivete
A pressão foi forte e nesta quarta-feira (6) a senadora catarinense Ivete Appel da Silveira (MDB) informou que havia assinado o pedido de abertura de impeachment de Alexandre Moraes. Além de assinar, a viúva do ex-governador Luiz Henrique rebateu às críticas: “Exijo respeito e dignidade, seja pelo cargo que ocupo legitimamente, seja pela minha trajetória.”
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