Domingo, 13 de abril de 2025

Setor educacional comemora resultado na alfabetização e comenta ações

São Bento do Sul tem a maior taxa de alfabetização do país

• Atualizado 9 dias atrás.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados relacionados a alfabetização no país, referentes ao Censo Demográfico de 2022. São Bento do Sul se destacou entre os municípios com 50 mil a 100 mil habitantes, registrando a menor taxa de analfabetismo do Brasil, com apenas 1,7%, ficando em primeiro lugar na lista desse grupo, que conta, em seguida, com as cidades de Campo Bom (RS), Itapema (SC), Farroupilha (RS) e Indaial (SC).

A taxa de analfabetismo leva em consideração as pessoas com 15 anos ou mais. De acordo com as informações censitárias, dentre os moradores são-bentenses nessa faixa, 66.270 são alfabetizados (98,28%), enquanto 1.162 (1,72%) são analfabetos. Para ser considerada alfabetizada, a pessoa tem que saber ler e escrever pelo menos um bilhete simples ou uma lista de compras, independentemente de estar ou não frequentando escola ou ter concluído períodos letivos.

Para a secretária de Educação, Tatiane Schroeder Alves (foto abaixo), o resultado é motivo de orgulho e demonstra a eficácia de todo o trabalho realizado. “É para isso que lutamos. Independentemente da faixa etária, o que desejamos é dignidade para o ser humano,” afirma.

Ela reforça que essa conquista envolve todos os segmentos educacionais, desde a educação básica, que realiza um esforço intenso na recuperação e na garantia do aprendizado na idade certa. “Os alunos são estimulados o tempo todo para que tenham vivência no mundo letrado, mas respeitando a primeira infância. Assim, quando ingressam no ensino fundamental, conseguem consolidar esse processo de alfabetização de forma prazerosa, lúdica e encantadora”, comenta.

O trabalho colaborativo dos atendentes, da equipe de apoio da escola, dos especialistas, coordenadores e diretores também tem sido fundamentais. “São muitos protagonistas envolvidos”, declara. Ainda têm as famílias, cada uma dentro de seu próprio contexto social. Quando os pais entendem e apoiam todas as iniciativas, segundo a secretária, o decurso torna-se muito mais significativo.

Outro aspecto fundamental é a Escola Municipal de Jovens e Adultos (Emeja), que atualmente atende 15 pessoas, duas vezes por semana. São adultos de idades e origens variadas que estão se beneficiando do programa criado para resgatar aqueles que não conseguiram ser alfabetizados na idade correta. “Alfabetizar não é só ler e escrever. É preciso compreender, ter opinião sobre aquilo e conseguir argumentar”, destaca.

Carro-chefe
O prefeito Antonio Tomazini (PL) também comemorou o resultado, destacando que desde o início da gestão o foco foi trabalhar no desenvolvimento da educação de São Bento do Sul, sendo este o carro-chefe de sua administração. Por conta disso, nos últimos anos foram realizados investimentos em melhorias de escolas, na capacitação dos professores e também no aparato tecnológico pensando no futuro.

“Sempre trabalhamos com ações de curto, médio e longo prazo. E no longo prazo queremos gerar talentos na cidade, para que empresas de tecnologia possam vir para São Bento”, disse.

Tomazini revela ainda que devido aos investimentos e melhorias no setor educacional, São Bento do Sul deverá ter resultados positivos também no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). “Sempre tivemos o foco na educação. A educação liberta o povo e a nação”, destaca.

Sem política
Afastado do comando da Secretaria de Educação desde o início de abril devido à legislação eleitoral, o ex-secretário Josias Terres comemora e diz que além dos investimentos em capacitação de professores, equipamentos de tecnologia e infraestrutura, o trabalho desenvolvido na pasta foi técnico, deixando a política de lado. Além disso, houve um trabalho em conjunto de toda a equipe, pensando no bem dos alunos. “São Bento do Sul está sendo destaque em todos os índices de avaliação”, comemora.

Josias diz ter sido construída uma Secretaria de Educação sem política, a começar pela eleição direta de diretores para as escolas. Desde o início da gestão o trabalho foi realizado priorizando o aprendizado dos alunos, especialmente porque 2020 e 2021 foram anos de pandemia, com estudantes fora das salas de aula.

“Tivemos que recuperar estes alunos e foi um trabalho muito amplo, mas o resultado está aparecendo e vai aparecer no futuro”, disse. “Foi um trabalho sério, feito por gente séria para um resultado sério, pensando nas crianças”, completou.

Motivação
A diretora da Escola Henrique Schwarz, Glauci Padilha (foto abaixo), também atribui a baixa taxa de analfabetismo ao acompanhamento intenso da Prefeitura, por meio do departamento da Educação, inclusive com relação a formação dos professores, a implementação das propostas de trabalho e as avaliações diagnósticas, que dão um norte à classe docente. “É uma alegria fazer parte desse processo. É isso que nos motiva”.

Assim como Tatiane, ela considera essencial a mudança no olhar sobre a educação infantil, área que por muito tempo ficou focada apenas no cuidado e no brincar. Hoje, essa perspectiva evoluiu, reconhecendo a importância de introduzir de forma lúdica o processo de alfabetização desde cedo.

Na região
Em Rio Negrinho, segundo o Censo, são 30.558 alfabetizados (96,66%) e 1.055 analfabetos (3,34%). Já em Campo Alegre, o levantamento descobriu que a taxa de analfabetismo é de 3,2% (ou 327 pessoas), ou seja, 96,76% são alfabetizados (9.767 moradores).

Em Piên, a alfabetização é de 97,35%, no caso, 10.384 pessoas – portanto, o índice de analfabetismo é de 2,65%, taxa equivalente a 283 moradores. Com 97,3% da população acima de 15 anos alfabetizada, Santa Catarina possui a maior taxa de alfabetização do Brasil. Florianópolis tem a menor taxa entre as capitais e também entre os municípios com mais de 500 mil habitantes, apenas 1,4%.

O levantamento
O Censo foi realizado de 2022 a abril de 2023. O mais completo levantamento da realidade brasileira chegou a ser apresentado em São Bento do Sul, em uma reunião de planejamento na Prefeitura, no fim de 2019, para início dos trabalhos em 2020. Contudo, devido ao quadro de pandemia da Covid, foi adiado para o ano seguinte. Porém, novamente o Censo foi postergado, no caso, em 2021, mas por questões orçamentárias.

De 50 a 100 mil habitantes – Ranking nacional (Fonte: IBGE)
Município | População | Taxa de analfabetismo
1) São Bento do Sul/SC | 83.277 | 1,7%
2) Campo Bom/RS | 62.886 | 1,8%
3) Itapema/SC | 75.940 | 1,9%
4) Farroupilha/RS | 70.286 | 1,9%
5) Indaial/SC | 71.549 | 2,0%


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