O índice de reciclagem no município subiu para 33,82% em abril, segundo dados emitidos pelo Samae, um marco até então inédito para São Bento do Sul. Esse avanço evidencia não apenas a eficácia das iniciativas locais, mas o compromisso da comunidade com a sustentabilidade ambiental.
O diretor de Departamento de Resíduos Sólidos Urbanos, Paulo Schwirkowski, conta que, em média, a reciclagem na cidade era de 7% – um valor já bem considerável e acima da média nacional em comparação com outras regiões e estados. Já em janeiro, a porcentagem passou a 16,28% e em março para 24,06%. Ou seja, trata-se apenas do começo de uma jornada rumo a um futuro mais promissor e um modelo de desenvolvimento mais responsável.
Para o servidor, os resultados são reflexos da efetividade das políticas implementadas e do engajamento crescente dos cidadãos na separação e destinação adequada dos resíduos. “A população colabora muito. Jamais conseguiríamos isso se os moradores não fizessem a separação em suas casas, tanto é que tivemos que aumentar a rede de caminhões de coleta”, afirma.
A introdução da coleta seletiva nos anos 2000, o auxílio das cooperativas, as ações de sensibilização, os programas desenvolvidos pela autarquia, como o Câmbio Verde, o Saco Laranja, e a instalação estratégica dos ecopontos e do Local de Entrega Voluntária (LEV) também foram peças-chave para impulsionar esse progresso e, ao mesmo tempo, dar uma sobrevida ao aterro sanitário.
Outro ponto crucial é a Usina de Processamento de Resíduos (UPR), que está em pleno funcionamento desde fevereiro, e vem propiciando um novo ciclo de vida para diversos materiais. Alguns se tornam fontes de energia, gases e outros produtos úteis, como pavers e meio-fios, que são componentes utilizados na infraestrutura urbana.
Apesar dos avanços, conforme Paulo, há sempre espaço para melhorias. Muitos erros, infelizmente, continuam se repetindo, como o descarte irregular de resíduos de saúde, no caso, seringas e agulhas. “Existe uma coleta especial para esse material, que é levado para incineração”, lembra.
Também é comum encontrar peças de computadores e eletrodomésticos em meio ao lixo comum, mesmo com a disponibilidade de locais específicos para esse tipo de descarte. “O principal beneficiário da separação correta dos materiais é a cooperativa. São pessoas em vulnerabilidade social que precisam trabalhar e gerar fonte de renda”, reforça.
Meta
Paulo conta que até pouco tempo o município não tinha dados concretos relacionados a reciclagem. Isso ocorria porque os materiais eram entregues diretamente para as cooperativas, e os caminhões não passavam por um processo de pesagem. “Ou seja, estávamos prestando um serviço e não tínhamos os números para comprovar”, comenta.
A partir de outubro de 2021, todos os valores começaram a ser documentados e auditados. Dessa forma, as metas também se tornaram mais ambiciosas. Tanto é que a intenção é aumentar o índice para 50% nos próximos meses. Ele acredita que isso será possível com a usina operando em dois turnos, mudança que ocorrerá em breve.
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