Terça-feira, 22 de abril de 2025

São-bentense tem promessa de ir 15 vezes para o Santuário de bicicleta

Laudinei Fietz fez promessa de visitar o Santuário Nacional após nascimento das filhas

• Atualizado 19 dias atrás.

Até onde você iria pela sua fé? Para Laudinei Fietz, devoto de Nossa Senhora Aparecida, encarar 800 km de viagem até o Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo, pedalando, não chega a ser um sacrifício. O motivo é especial, o esforço é dedicado para cumprir uma promessa que fez há mais de 20 anos à padroeira do Brasil. “Pedi à Nossa Senhora para ter duas filhas”, resume.

Aliás, o pedido tinha acontecido antes mesmo dele ter se casado com a esposa, Sueli. Após o juramento, ele realmente teve as duas filhas, Caroline, hoje com 24 anos, e Karolaine, agora com 20. O morador do bairro Centenário pretende ir 15 vezes de bicicleta até Aparecida, e já conseguiu cumprir sete romarias.

Ao todo, a viagem de ida leva em torno de 3 dias e meio para ser concluída, para isso, chega a pedalar 270 km por dia, levando em torno de 12 horas, independentemente da intempérie que tiver.

Ano passado, ele seguiu até o local, sempre escolhendo o dia 24 de dezembro para iniciar a peregrinação, mas pela primeira vez, não conseguiu concluir o trajeto após sofrer um acidente na BR-116, perto de Curitiba. “Acabei caindo, entortei a bicicleta e trinquei três costelas”, relata.

Mesmo após o imprevisto, naquele dia ele ainda percorreu mais 100 km. Aliás, Laudinei vai de bicicleta até o Santuário somente na ida. Quando chega lá, ele tem acertado com um morador de Serra Alta que faz excursão, com isso, consegue aproveitar dias de descanso na cidade paulista, retornando de ônibus. Quando teve a queda, ele pedalou até o ponto de parada e seguiu a viagem de ônibus.

Desistir, jamais!
Antes de pedalar até o santuário, Laudinei fazia viagens de bicicleta até Lapa, no Paraná, onde começou a inspiração para a promessa do nascimento das filhas. Já para Aparecida, a primeira viagem aconteceu em 2011, quando ele tinha 36 anos.

Naquela época, diferente dos dias atuais, era raro o uso de GPS, com isso, Laudinei estudou todo o caminho até São Paulo através do Guia de Quatro Rodas, muito comum entre caminhoneiros. “Ia me informando com a turma, olhava as placas e perguntava para os caminhoneiros”, detalha.

Muitas pessoas se perguntam como ele consegue aguentar a longa distância, mas ele trabalha como pedreiro, o que beneficiou para sua preparação física. “Até na primeira vez que fui, lembro que tínhamos feito a concretagem de uma laje e no outro dia fui para Aparecida”, menciona.

Ao longo dos sete anos em que já fez a viagem, Laudinei já enfrentou diversos desafios, como acidente que sofreu ano passado e também outro em que chegou a ser atropelado quando estava na Marginal Tietê, ficando com os tornozelos machucados.

Até mesmo de tentativa de assalto ele já conseguiu escapar, quando estava pedalando em São Paulo. Na época, ele conta que tinha parado num posto de gasolina, quando um homem o abordou pedindo dinheiro para um lanche. Após entregar uma quantia, quando o pedreiro seguia viagem, percebeu que o mesmo homem o perseguia na rodovia, mas felizmente, conseguiu fugir.

Mesmo com diversos perigos que uma viagem longa de bicicleta ocasiona, Laudinei jamais pensa em desistir. Agora, ele vai por outros caminhos, passando por Sorocaba, em direção a Aparecida do Norte.

“A gente sabe que tem a promessa para cumprir, não vai ser todas as viagens 100%, sempre terá algumas mais difíceis. Não pode ter medo, porque tem bastante perigo de assalto nas rodovias, em Curitiba adiante, você precisa cuidar e não pode parar para ninguém”, alerta.

Preparativos
Nas primeiras viagens, Laudinei não tinha os cuidados básicos de segurança, como, por exemplo, iluminação na bicicleta. “Antes não dava bola para isso, só ia com o boné na cabeça. Mesma coisa com capacete, agora não consigo sair sem”, afirma.

Por alguns anos ele deixou de fazer a viagem, retornado para cumprir a promessa em 2022. Para este ano, a romaria já está marcada para final do ano, com isso, ele também fará vários treinamentos, como subir a Serra de Corupá e a Dona Francisca. Até mesmo outra viagem religiosa já está marcada, claro, de bicicleta, a qual acontecerá em maio, até o Santuário Santa Paulina, em Nova Trento.

“O que mais gosto de viajar assim é que você conhece os lugares, vê as paisagens, tem tempo para ver tudo. Nesse ano ainda vou colocar uma câmera no capacete e poder filmar tudo”, disse.

Ainda faltam mais oito viagens até ele cumprir a promessa para Nossa Senhora Aparecida. Hoje, com 50 anos, um dos maiores desejos é que suas filhas, que ainda não visitaram, estejam presentes no momento que ele chegar no Santuário.


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