Abandonar uma vida estável e emprego fixo para viver uma nova aventura na França. Essa é a história de Renan Becker. O são-bentense de 31 anos resolveu se desafiar na Legião Estrangeira Francesa, unidade de elite do exército francês, a qual é a única do mundo que aceita alistamento de pessoas de qualquer país, mesmo sem ter a nacionalidade francesa.
Em 11 de outubro de 2019, Renan embarcou para a desafiadora etapa da sua vida, onde ele relata que precisou viajar ao país europeu por conta própria, e se submeter a uma bateria de exames físicos e psicológicos.
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Processo seletivo
Para ser um legionário, ele precisou se apresentar num dos postos de seleção, onde esteve no Fort Nogent, em Paris. “O teste se chamava Test Luc Léger, onde precisava correr numa distância de 30 metros no silvo apito, para medir o cardio, e fazer 12 barras. Esse é o teste de entrada, depois que entra, as provas são mais complicadas”, declara.
Ele explica que após o teste físico, precisou fazer prova psicotécnica com 75 questões, entrevista com psicólogo, e passar pelos oficiais da Legião Francesa, onde o analisaram para ver se tinha o perfil de militar. Após passar no exame, Renan precisou enfrentar quatro meses intensos de treinamento na França.
A primeira etapa foi a cidade de Castelnaudary, o regimento escolar da Legião, onde toda a formação ocorreu com os demais legionários escolhidos. “A gente precisava correr 3 km em 12 minutos, subir na corda de seis metros, uma vez subir só com a perna, depois só com os braços. Nadar com a farda por 100 metros, e fazer mergulho de 15 metros na piscina. Para quem quer ganhar corpo, o treinamento aqui é ótimo”, brinca.
Mas os treinos no regimento não pararam por aí, ele conta que havia a Marcha Commando, onde corriam por 8 km com mochila de 12 kg nas costas, e mais uma série de obstáculos.
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Treinamento físico durou quatro meses
Treinamento físico durou quatro mesesNivelação
O próximo desafio na formação de Renan foi a cidade de Ferme, onde os legionários ficaram um mês aprendendo a mexer com armamentos, aula de francês, aprender a fazer patrulha e topografia com bússola. “Para mim, foi fácil, já fui militar antes. Então já tinha uma noção, mas havia pessoas que nunca tinham pegado em uma arma, estão essa é a formação básica, para nivelar”, explica.
Depois, Renan foi encaminhado para Caylus, onde foi realizada a semana de tiro dos soldados. “É um regimento gigante, que é o campo de tiro deles. Lá você atira com munição real, com fuzil, pistola, metralhadora, instalação de mina pessoal”, conta.
Oitavo lugar
A última cidade foi em Formigueres, região do Alpes Franceses, onde fizeram o estágio de montanha, como esquiar e fazer escalada. Após os meses de formação, Renan foi testado na prova final, Raid Marche.
“Em três dias, fizemos 112 km marchando, meu pé já estava com bolhas de tanto andar, mas é normal. E teve a prova de combate, de como se aplicar, ferida em combate, todo procedimento de primeiros socorros e o teu chefe analisa como você está. Nessa nota do Raid vai englobar tudo, disciplina, iniciativa e trabalho em equipe”, justifica.
Com 41 homens em formação junto com o são-bentense, ele conseguiu o oitavo lugar no teste final.
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