O tenente-coronel Aires Volnei Pilonetto, comandante do 23º Batalhão da Polícia Militar, foi o convidado do último Diálogos Institucionais, realizado na noite de quinta-feira (21) passada pela Associação Empresarial de São Bento do Sul (Acisbs). Na presença de empresários e da comunidade, Pilonetto apresentou números da atuação da PM em Rio Negrinho, São Bento do Sul e Campo Alegre.
No ano passado, 8.369 ocorrências foram registradas nos três municípios da região, sendo 5,4 mil em São Bento do Sul, 2,2 mil em Rio Negrinho e 699 em Campo Alegre. Os números mostram uma redução de 21.8% comparados aos anos anteriores, que teve 10,7 mil ocorrências em 2022. Nos anos anteriores, foram 11,8 mil ocorrências em 2021 e 13,2 mil registros em 2020.
Destes números, destaque para os índices de homicídios, que no ano passado somaram apenas três casos, sendo um em São Bento do Sul e dois em Rio Negrinho. Em 2022 foram 15 casos, além de sete em 2021 e sete em 2020.
Quanto às ocorrências de maior frequência, foram mais de 1,3 mil abordagens a pessoas em situação suspeita, mais de mil acidentes de trânsito e 926 situações de perturbação do sossego alheio.
Chegada da penitenciária
Ao final de sua apresentação, Pilonetto foi questionado pelo presidente da Acisbs, Gilmar Weiss, sobre a preparação da Polícia Militar para a operacionalização da Penitenciária Industrial, que deve ser entregue nesta semana. “Para a PM, a vinda da penitenciária facilita um pouco, porque hoje o preso precisa ser levado para outro município. O cenário de aproximação dos familiares do local onde o detento está recluso é uma realidade. Na prática, o que a gente observa é que o familiar tem a tendência de habitar o mais próximo possível do recluso”, disse.
Sobre esse povoamento, o comandante alerta as autoridades para que esse estabelecimento não seja feito de forma irregular. “É preciso ter uma organização da área, como impedir invasões. Parece algo simples, mas daqui a pouco começa a construir barraco na região. O Estado e o município precisam agir forte nisso e lidar com essa condição da vinda dos familiares. Ofertar trabalho para que a vinda deles não acarretem de eles também praticarem delitos na região”, enfatizou.
Confie na polícia
Pilonetto também falou sobre o conceito de ordem pública, o qual substituiu o termo segurança pública. “É algo bastante conceitual e teórico. O Estado é o encarregado de manter a ordem pública. O Estado exerce seu poder de polícia em diversos vieses”, cita.
Conforme o comandante, é preciso que a comunidade tenha respaldo e confiança na atuação da Polícia Militar. “Bastante importante que a polícia seja legitimada pelas pessoas. Essa legitimação compreende a importância que a polícia tem e as pessoas devem confiar na sua Polícia Militar. Enxergue na Polícia Militar uma instituição confiável, pra que a gente tenha essa legitimidade de estar atuando e tendo o respaldo das pessoas de bem”, ressalta.
Sobre o ambiente de uma cidade, o comandante frisou sobre a importância em manter a ordem para evitar possíveis delitos. “A teoria das janelas quebradas, algo da década de 1990, se percebeu que quanto mais organizado o ambiente estava, melhor seria. E o contrário verdadeiro, quanto mais em desordem, gerava mais desordem”, disse.
Para ele, um ambiente sem organização se torna propício para a propagação de novos delitos, como uma via esburacada, pessoas fazendo necessidades em público, a pichação e o lixo espalhados, perturbação do sossego com volume alto e até mesmo um poste de iluminação pública sem luz. “Que as pessoas de bem evitem locais assim, porque o malfeitor com a intenção de praticar um delito, é um atitude grave que provoca a desordem pública”, explica Pilonetto.
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