Projeto de São Bento do Sul abre caminhos para pessoas com deficiência

Criado em 2019, o projeto Pedala Diferente vem transformando a rotina de pessoas com deficiência em São Bento do Sul por meio da bicicleta. A iniciativa, que começou de forma tímida e ainda é desconhecida por parte da população, proporciona a inclusão de participantes em passeios mensais, sempre com o apoio de voluntários treinados.

O projeto nasceu da inspiração de Sirlene Ponikerski Rocha, Poliane Mafra Spitzner e Henrique Rocha, o “Rochinha”, após conhecerem ações semelhantes em Joinville. No início, os passeios eram voltados apenas a pessoas com deficiência visual, com uso de bicicletas tandem (duplas), guiadas por ciclistas na dianteira. Com o tempo, a proposta se ampliou, incluindo triciclos e handbikes, atendendo também pessoas com paralisia cerebral, deficiência intelectual ou mobilidade reduzida.

Hoje, o Pedala Diferente conta com seis tandens, três triciclos e duas handbikes — todos recebidos por meio de doações. A estrutura, porém, ainda é limitada. “A maior dificuldade hoje é encontrar voluntários que aceitem guiar. Tem pessoas que pedalam, mas que têm medo de levar outras pessoas”, relata o presidente da ASBCiclo, Willyam Augustin. A associação é parceira do projeto desde o início e também arca com os custos de manutenção, alimentação e transporte.

Além de promover os passeios em São Bento do Sul, o grupo também participa de atividades fora do município. Em 2024, o curso de Engenharia Mecânica da Univille irá contribuir com a construção de uma nova handbike, mas os materiais ainda serão custeados pelo projeto. Cada bicicleta adaptada pode custar em torno de R$ 3 mil.

“O que vemos é a transformação das pessoas com deficiência. Muitas chegam tímidas e, com o tempo, vão se soltando, descobrindo que há um mundo além do cantinho em que vivem”, emociona-se Sirlene, uma das idealizadoras.

Como ajudar
Quem quiser ser voluntário, guia ou colaborar com doações pode entrar em contato pelo telefone (47) 9 9992-7607. O apoio da comunidade é fundamental para que o projeto continue abrindo caminhos sobre duas (ou três) rodas.