Quinta-feira, 5 de junho de 2025

Projeto de São Bento do Sul abre caminhos para pessoas com deficiência

Projeto reúne voluntários e pessoas com deficiência

• Atualizado 1 meses atrás.

Projeto leva pessoas com deficiência para pedalar (Foto: Divulgação)

Existe um projeto no município que, sem dúvida, merece todo o reconhecimento. Ele começou de forma tímida – alguns, até hoje, não sabem da sua existência –, mas já conseguiu arrancar muitos sorrisos e, principalmente, abrir novas oportunidades para pessoas com deficiência. O nome do projeto é Pedala Diferente e, inclusive, foi um dos pioneiros em São Bento do Sul na integração de pessoas com deficiência no esporte.

Atualmente, os encontros são mensais, quando, uma vez por mês, eles se reúnem, com o auxílio de voluntários, para pedalar. Para alguns, pode ser apenas uma “voltinha” de bicicleta, mas, para as pessoas com deficiência, o ato de pedalar – que antes parecia inacessível – traz uma sensação enorme de liberdade.

O vento no rosto, a possibilidade de explorar diferentes lugares ou até mesmo o simples fato de se mover sobre duas rodas – esses são alguns dos comentários de quem participa do projeto. E, se hoje ele está em funcionamento, é graças a três são-bentenses: Sirlene Ponikerski Rocha, Poliane Mafra Spitzner e Henrique Rocha, o Rochinha, que, lá em 2019, tiveram a ideia de implantar a proposta no município.

Sirlene conta que a inspiração veio de Joinville, onde soube da existência de um projeto voltado para deficientes visuais. Nele, eram utilizadas bicicletas conhecidas como tandem, que possuem dois lugares, onde um ciclista guia vai na frente, descrevendo o trajeto, enquanto a pessoa com deficiência visual fica no selim de trás. Depois, em conversa com Poliane, que tomou a iniciativa e criou o projeto, surgiu o “Olho Guia”. No início, os pedais eram voltados apenas para pessoas com deficiência visual. Inclusive, o primeiro passeio ocorreu com o auxílio de guias de Joinville, que emprestaram as bicicletas adaptadas.

Só que, com o passar do tempo, os idealizadores perceberam que mais pessoas com deficiência poderiam participar. Por isso, outras bicicletas adaptadas foram incluídas no projeto, como triciclos, usados por pessoas com deficiência nos membros inferiores, e triciclos, utilizados por aqueles que têm dificuldades de equilíbrio, como pessoas com paralisia cerebral ou deficiência intelectual. Assim, o nome passou a ser “Pedala Diferente”, um projeto que faz parte da Associação São-Bentense de Ciclismo (ASBCiclo), a qual, desde o início, abraçou a causa.

Novas oportunidades
Hoje, eles têm seis tandens, três triciclos e duas handbikes – todos recebidos através de doações. No entanto, ainda é pouco, pois uma das metas para este ano é expandir o projeto e dar mais oportunidades para que mais pessoas participem. Mas, para isso, ainda faltam voluntários que queiram conduzir as bicicletas adaptadas. Segundo o presidente da ASBCiclo, Willyam Augustin, para este ano, já foi programado que os encontros ocorrerão todo mês. Aqueles que desejam participar passam por um treinamento, mesmo que básico, antes de conduzir, apenas para garantir a segurança do guiado. “Tem pessoas que pedalam, mas que têm medo de levar outras pessoas”, explica Augustin.

Inclusive, até os trajetos são planejados antecipadamente para garantir o bem-estar dos integrantes. Mas, além da falta de guias, o projeto precisa do apoio da comunidade para “sobreviver”, visto que é independente e não recebe ajuda da Prefeitura. Neste ano, eles terão o apoio da Univille, por meio do curso de Engenharia Mecânica, que se comprometeu a desenvolver uma nova handbike. No entanto, o apoio será apenas com a mão de obra, já que todo o material será fornecido pela ASBCiclo – cada bicicleta custa em torno de R$ 3 mil.

Além disso, quando convidados, eles também realizam passeios fora do município. Com isso, há gastos que vão desde o combustível até a alimentação dos participantes. Até mesmo nos pedais realizados na cidade, na volta, sempre há uma fruta ou outra opção de lanche para recepcionar os ciclistas. Ainda, os custos incluem a manutenção das bicicletas, entre outras despesas. Apesar das adversidades, a felicidade de ver as pessoas com deficiência praticando esporte vale mais do que qualquer desafio. “As pessoas se transformam. Muda muita coisa, esse convívio. São pessoas que às vezes são bem tímidas, e depois elas se soltam, começam a descobrir que tem outro mundo, que não é só o cantinho que elas vivem”, fala Sirlene.

Apoie
Quem quiser tornar-se guia – lembrando que é um trabalho totalmente voluntário – ou ser padrinho do projeto, seja por meio de doações ou qualquer outra ajuda, deve entrar em contato pelo telefone (47) 9 9992-7607.


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