Sábado, 7 de junho de 2025

Presidentes de partidos avaliam voz das urnas

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• Atualizado 10 anos atrás.

As eleições deste ano acabaram abrindo uma situação que somente era vista por quem acompanhava os bastidores. A fragilidade dos partidos políticos (nas questões internas) ficaram mais aparentes com as candidaturas e resultados alcançados.

O resultado da votação de domingo não finaliza os trabalhos dos partidos, em especial os dois que disputaram as eleições presidenciais. Pelo contrário, a exposição de algumas rixas que vêm de longa data alerta os comandantes do acerto de um caminho convergente e que possa garantir a unificação pensando nas eleições de 2016.

Pelo lado do PSDB, o candidato a deputado estadual Clemir Spinelli fez uma votação pífia para alguém que desejava chegar a ocupar uma cadeira no Legislativo estadual. A votação de Clemir só não foi pior do que os números alcançados pelo petista Maurício Maia. Este último, além de expor uma divisão da sigla, não conseguiu agregar a participação dos “companheiros” na busca pelos votos. Os dois candidatos ainda deram uma demonstração de que a região não apoia alguns candidatos apenas por serem de uma cidade maior, é necessária uma participação maior nos trabalhos pela região.

Como as duas siglas foram para a “grande final” das eleições em âmbito federal, a expectativa, dos dois lados, estava na vitória de seus candidatos para que o renascimento pudesse acontecer. Pelo lado do PT, a situação estava ainda pior com as manifestações de correligionários que deixaram claro não concordar com as decisões da direção da sigla. Com a vitória, essa mesma direção se fortalece, apesar de, na cidade, a vitória tucana ter sido esmagadora.

Outra situação que ficou evidente é a briga pela imposição de uma ideologia. Alguns têm mudado o comportamento conforme a votação, o que preocupa inclusive os presidentes das duas siglas, que entendem estar havendo muito radicalismo nas questões partidárias, o que leva ao pensamento retrógrado de separar o Sul do restante do País. Essa preocupação ficou expressa nas palavras do presidente tucano de São Bento, que fez uma avaliação dos resultados na tarde de ontem.

É PRECISO CAUTELA

Presidente do PSDB em São Bento do Sul, Geraldo Weihermann, foi categórico ao afirmar que o Brasil está caminhando em uma linha tênue, carecendo de atenção das lideranças para que não seja tomado um rumo ainda mais dolorido. Para ele, a democracia que estava consolidada no Brasil pode estar correndo um grande risco a partir de alguns acontecimentos que foram verificados no pleito encerrado domingo. Geraldo esteve à frente da campanha em sete cidades da região – o PSDB foi vitorioso em todas. Mas as preocupações só aumentam.

“Nossa vitória na região foi com margem sempre acima dos 70%, a comunidade aceitou as ideias do Aécio Neves, mas não temos condições de influenciar mais do que as cidades da nossa região. Fico frustrado pelos resultados especialmente por conta da divisão Norte/Nordeste do restante do País, como ficou aparente nas redes sociais. Muitas pessoas agindo com radicalismo, coisa que eu combato por saber que isso não é saudável para o processo democrático. Não gosto de discriminação nem retaliação. Não podemos tratar todo nordestino como vagabundo nem todos do Sul como trabalhadores. Sabemos que tem gente aqui no Sul que não quer nada com a vida. Vejo com preocupação por entender que a nossa presidente se elegeu com apenas 38% dos votos de eleitores cadastrados, não conseguiu a metade”, disse.

Para Geraldo, algumas questões específicas têm afetado o desempenho do governo e sua aceitação, o que ficou claro na votação de domingo, os eleitores mostraram o desejo de mudança. Agora, em São Bento do Sul, o PSDB vai continuar trabalhando para crescer e participar com mais força das eleições em 2016, por isso o presidente e a diretoria devem buscar mais filiações para fortalecer o grupo. “Eleições nós temos a cada quatro anos, precisamos manter os pés no chão e não hostilizar ninguém. Vamos fazer nosso trabalho agora para as eleições locais e, daqui a quatro anos, voltaremos com mais força para tentar mudar essa situação no governo federal”, encerrou.

REUNIFICAR O PARTIDO

O presidente do PT de São Bento do Sul, Airton Anhaia, também disse que as eleições foram difíceis para todos os participantes, mas que a vitória de Dilma mostrou que o brasileiro tem aprovado o modelo adotado para administrar a Nação. Mesmo assim, Anhaia chama a atenção para algumas questões com as quais a presidente se comprometeu durante a campanha e ratificou assim que eleita. “O País precisa passar por algumas mudanças, e ela sabe disso. Claro que a vitória pode nos ajudar a continuar conquistando mais benefícios para a região, no entanto, o Brasil precisa ser visto como um todo para que a democracia impere, e o povo seja o grande vencedor”, disse.

No município, explica Airton, a Executiva vai fazer uma avaliação geral da participação no pleito, em que o PT perdeu força na Câmara Federal, mas mantém a maioria no apoio à Dilma. A intenção é reunir a Executiva para pensar naquilo que será feito no município visando as eleições de 2016. “Temos muitas avaliações a serem feitas. Em âmbito nacional, ficou o recado do eleitor sobre o que está acontecendo, é preciso rever muitos posicionamentos. Perdemos 18 cadeiras na Câmara Federal, mas na teoria a Dilma está com apoio maior. Entendo que o recado da necessidade de uma reforma política ficou evidenciado ao longo da campanha, e isso a presidente terá que rever com certa urgência”, disse.

Quanto a São Bento do Sul, onde o PT levou uma verdadeira “surra” nas urnas, Anhaia disse que realmente precisa ser revisto o processo e estudado com cautela e razão para acertar o que está errado. Com relação à divisão do partido na campanha, em que uma parte até mesmo falou publicamente que não estava apoiando o candidato da sigla, Anhaia disse que é preciso humildade de todas as partes se é que os integrantes da sigla desejam realmente trabalhar pela comunidade. “Além de humildade, precisamos de compreensão e muita reflexão, se é que desejamos pensar num partido forte e num projeto que seja pelo bem do povo. Precisaremos sentar nos próximos dias para dar mais agilidade ao assunto visando 2016”, encerrou.

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