A Gazeta - Policial de São Bento conta como conteve homem em surto psicótico durante voo internacional
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Cabo Vaz, segurando a bandeira, com policiais de Luanda após prestar depoimento na delegacia do aeroporto

ATO HERÓICO

Policial de São Bento conta como conteve homem em surto psicótico durante voo internacional

Cabo Vaz seguia de férias para Portugal quando precisou intervir em uma situação de perigo

Christian Hacke - christian@gazetasbs.com.br | São Bento do Sul

01/10/2024 - 12:57

O que era pra ser um voo tranquilo para outro país ganhou tons de perigo. Seguindo para visitar a família em Portugal, o cabo Allan Vaz, que atua como policial militar em São Bento do Sul há oito anos, precisou agir para conter um homem que estava em surto psicótico dentro da aeronave. Com a ajuda da tripulação, Vaz imobilizou o passageiro e garantiu a tranquilidade no ambiente pelo restante da viagem.

O caso ocorreu no dia 19 de setembro, em um voo internacional de Lisboa a Luanda. "Eu estava vindo para Portugal e peguei um voo que faz conexão na Angola. Quando a gente estava no avião, um indivíduo angolano começou a agitar dentro do avião, gritava e xingava, mas durante o voo ele deu uma acalmada. Quando o comandante avisou que o avião começaria a descer, ele levantou, chegou perto da porta de emergência e começou a gritar e xingar", relata.

Conforme Vaz, no banco à frente de onde o indivíduo estava em surto seguia uma passageira com uma criança de colo. "Ele pegou uma cortina, quebrou, começou a dar murro na parede do avião. Surto total! Quando ele começou a falar que o avião ia cair e tentou abrir a porta do avião, levantei e me apresentei para a comissária. Ninguém conseguia fazer nada, ele era muito grande. Perguntei se tinha uma algema para conter ele, mas não tinha", explicou.

Como o avião não possuía esse tipo de equipamento, o policial precisou improvisar. "Me arrumaram algumas presilhas, aquelas língua de sogra, cheguei pelas costas dele, grudei no braço e imobilizei. Ele começou a gritar e pedia que eu me identificasse como policial, pedia documentos, aí mostrei. Para não dar muita brecha, já conduzi ele para a executiva do avião, onde o banco deita. Quando fui deitar, ele arrebentou aquela língua de sogra do braço, mas consegui deitar ele rápido e já coloquei o cinto de segurança. Pedi mais cintos, tem aqueles de demonstração do voo, me arrumaram dois e prendi os braços e as pernas. E ele gritando", comentou Vaz.

Ato heróico
Uma vez contido, o sujeito foi acompanhado por Allan até o restante do voo. "Consegui conter ele até o avião parar e entrar a polícia de Angola. Entrou uns 10 policias e ninguém tinha algemas, aí pediram para eu ajudar a conduzir ele até a delegacia do aeroporto. Lá eu pedi uma algema e contive ele, me agradeceram bastante", frisou Vaz.

Após prestar depoimento e relatar a situação às autoridades locais, o policial são-bentense foi liberado para seguir viagem. "Quando voltei para pegar a conexão, mais testemunhas agradeceram pelo ocorrido. Tinha uma capitã da aeronáutica que estava indo dar uma palestra e agradeceu, me elogiou pelo ato", lembra.

Polícia a todo momento
Policial Militar há oito anos no município, Allan Vaz atua diretamente com o setor de canil do 23º Batalhão. "Sou cabo da Polícia Militar e acabei de sair de um curso em Florianópolis de operações policiais com cães. Policia é polícia a todo momento", ressalta ele.

Vaz conta que a vontade de ingressar na PM veio de família, seguindo os passos de um irmão. "A vontade de virar policial veio com meu irmão, que é militar da aeronáutica e sempre gostei dessa vida militar. Eu morava em Curitiba e já estou há oito anos em São Bento do Sul, trabalhando com cães e ajudando a população como posso", concluiu.


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