A tarde de quinta-feira (5) foi bastante movimentada em Rio Negrinho, devido à realização da “Operação Catalepsia”, desencadeada pela Polícia Civil em duas funerárias do município, na Câmara de Vereadores e na casa do vereador Cleomar Nicoleti (PMDB). Durante a operação foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão. De acordo com o delegado Gustavo Muniz Siqueira, que comanda o caso, diversos documentos e um computador foram apreendidos durante a operação.
Os documentos passarão por triagem e análise do Setor de Investigações de Rio Negrinho e o computador será submetido a exame pericial. De acordo com o delegado, a investigação apura delitos contra as relações de consumo, crime conhecido popularmente como formação de cartel, corrupção ativa e passiva, além de crime ambiental. A operação contou com o apoio de policiais da Divisão de Investigação Criminal e Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) de São Bento do Sul.
Fiscais da Vigilância Sanitária de Rio Negrinho também contribuíram com a operação e interditaram um dos estabelecimentos funerários. Ainda de acordo com Siqueira, três pessoas foram encaminhadas à delegacia e ouvidas após as diligências. As investigações prosseguem para completa elucidação dos fatos.
No Legislativo
O presidente da Câmara de Vereadores de Rio Negrinho, Artemio Corrêa (PMDB), explicou que não estava na sede do Legislativo no momento da ação policial, mas afirmou que houve cooperação por parte da direção da casa e também do vereador Cleomar Nicoleti (PMDB) que concordou em abrir seu gabinete para que a polícia pudesse realizar seu trabalho. Procurado pela reportagem de A Gazeta, Cleomar Nicoleti não atendeu as ligações.
Funerárias negam irregularidades
O consultor comercial da Funerária Rio Negrinho, Carlos Alfredo, deu sua versão sobre o caso e disse que em mais de 20 anos de atividades no município, a empresa sempre cumpriu com a documentação exigida pela Prefeitura, bem como com as licenças ambientais solicitadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa ). Ainda sobre o funcionamento da funerária, Carlos diz que a empresa cumpre somente o que determina a legislação municipal, que segundo ele, permite que se instalem no município uma funerária para cada 20 mil habitantes.
Com relação às investigações da Polícia Civil, ele disse que acredita na continuidade do trabalho e frisou ser favorável para que a Justiça puna os verdadeiros culpados. A Funerária Nossa Senhora de Fátima, também investigada na ação da Polícia Civil, é do mesmo proprietário.
Investigações
Conforme o delegado, mais detalhes sobre o caso não podem ser revelados agora para não atrapalhar as investigações, que prosseguem agora com análise do material apreendido e outras diligências.