A Polícia Civil de Santa Catarina cumpriu, nesta quarta-feira (6), mandados de busca e apreensão em São Bento do Sul e Campo Alegre durante a Operação Paradoxo, que tem como objetivo desarticular um complexo esquema de fraudes em licitações para reparo asfáltico de rodovias estaduais na região norte do Estado. Ao todo, foram cumpridos 16 mandados em cinco cidades catarinenses, incluindo também Florianópolis, Joinville e Barra Velha.
A investigação é conduzida pela Delegacia de Combate à Corrupção (DECOR/DEIC) e apura supostas fraudes em contratos firmados no âmbito da Secretaria de Estado da Infraestrutura, por meio da Coordenadoria Regional de Joinville. A então coordenadora regional, exonerada durante o curso das investigações, é apontada como figura central do esquema.
O inquérito policial foi instaurado para apurar um contrato assinado em 2024, cujo objeto era o reparo de cinco rodovias estaduais danificadas em razão do elevado volume de chuvas registrado em outubro de 2023. A contratação ocorreu por dispensa de licitação, sob alegação de situação emergencial. No entanto, diversos indícios apontam para o direcionamento na escolha da empresa contratada, além de inconsistências na execução dos serviços.
As apurações revelaram que, embora uma empresa tenha sido formalmente contratada, os serviços foram executados por outra pessoa jurídica, pertencente à própria coordenadora regional responsável pela contratação. Além disso, a servidora também atuava como fiscal do contrato.
Durante a investigação, outros dois contratos foram incluídos no inquérito. Ambos foram firmados sob o mesmo modelo de dispensa de licitação e com a participação das empresas já investigadas, indicando que a prática era recorrente. A atuação contínua dos envolvidos sugere a existência de uma associação criminosa voltada à prática de fraudes em processos licitatórios.
Os mandados foram cumpridos na sede da Coordenadoria Regional de Joinville, no escritório da Secretaria de Infraestrutura em São Bento do Sul, nas sedes das empresas investigadas e nas residências dos investigados. Foram apreendidos documentos e mídias consideradas relevantes para o avanço das investigações.
A operação contou com o apoio de policiais da Delegacia Regional de Polícia (DRP) de São Bento do Sul, Delegacia de Balneário Piçarras, CECOR, 1ª, 3ª e 4ª DECOR, além das delegacias especializadas da DEIC (DFAZ, DLAV e DRRDI). A Polícia Científica também prestou suporte técnico durante o cumprimento dos mandados, garantindo a preservação da cadeia de custódia das evidências digitais coletadas.
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