Um caso que chegou à Polícia Civil e ao Ministério Público locais já há algum tempo, por meio de denúncias formalizadas por clientes de uma empresa do ramo imobiliário – a Plano Vertical Engenharia Ltda – teve desdobramentos na tarde de quinta-feira (15). Um grupo de policiais civis cumpriu mandados expedidos pela Justiça, resultando na apreensão de dispositivos eletrônicos (tais como computadores e telefones celulares), documentos, relógios, veículo e até um guindaste.
O investigado, Kenny Herbert Gertler, que tem 30 anos, foi levado à delegacia para implantação de tornozeleira eletrônica. Tendo seu passaporte apreendido, ele está proibido de deixar a Comarca. Já a empresa, que foi criada em 2018, não pode exercer quaisquer atividades econômico-financeiras.
De acordo com o MP, em 2019 e 2020 a Plano Vertical chegou a apresentar projetos na Secretaria de Planejamento e Urbanismo de São Bento do Sul, mas não efetuou os registros de incorporação imobiliária nas matrículas dos imóveis, procedimento obrigatório no Cartório de Registro de Imóveis.
Sem esse procedimento, segundo o MP, os consumidores estão expostos a perdas financeiras e patrimoniais, e a prática da empresa configura propaganda enganosa. Apenas no caso de um dos empreendimentos – um prédio já construído –, a venda de apartamentos teria gerado prejuízos na ordem de R$ 13 milhões. Por isso, a Justiça inclusive determinou o sequestro de bens de contas bancárias neste valor.
O montante envolvido, contudo, pode ser ainda maior, chegando até a R$ 30 milhões, conforme levantamentos preliminares, pois alguns imóveis (incluindo salas comerciais) ainda nem sequer começaram a ser construídos, embora já tenham sido comercializados. Dois dos empreendimentos da empresa ficam a poucos metros do Fórum, na Avenida São Bento.
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O que diz a empresa
Na sexta-feira (16) a empresa se manifestou sobre o assunto. “Diante do cumprimento de mandados de busca e apreensão, a diretoria da Plano Vertical Ltda vem esclarecer que ainda não teve acesso aos autos, o que, para o momento, a impede de esclarecer os fatos alegados. Porém, ressalta que estes serão em tempo oportuno devidamente esclarecidos no bojo do processo judicial”, divulgou a defesa da empresa, via nota do seu advogado.
“Importante frisar que qualquer conclusão nesse momento será meramente especulativa e temerária. Ademais, se coloca à disposição da Justiça, colaborando com o que for necessário para reestabelecer o sentimento de segurança da comunidade”, continuou o advogado.
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