Ele é uma verdadeira lenda viva da região. Quem nunca ouviu ou viu algum acontecimento envolvendo Pedro Alves dos Santos, o Pedro Pipoca? Ele completou seus 84 anos de idade no domingo, com muita energia e, apesar de muita disposição, tem saído bem menos de casa se comparado há pouco tempo. Atualmente residindo com um sobrinho em Campo Alegre, próximo à Prefeitura, ele conta que faz questão de manter a casa – simples, de madeira – bem organizada.
Pedro ficou feliz com a chegada da reportagem de A Gazeta. Sem cerimônia, ele apareceu na janela da casa e convidou para a equipe entrar. Ao lembrar dos tempos que trabalhava limpando as ruas de São Bento, ele se emociona. “Tenho saudade das pessoas de São Bento do Sul. Mande um abraço para os meus amigos”, disse, fazendo questão de reforçar o sentimento de orgulho por ter contribuído pela limpeza do município. “Parece que foi ontem que sai de lá”, recorda-se. Porém, o ontem a que se referiu ocorreu há 10 anos.
Uma de suas paixões, o rádio
Mais emblemático que a figura de Pedro Pipoca pelas ruas da região é o seu fiel companheiro, o rádio. Ele conta que o aparelho está sempre ligado e tem suas preferências: a Rádio São Bento, quando está em São Bento do Sul, e a Rádio Cidade, quando está em Campo Alegre. “É bom ficar informado e escutar uma boa música”, justifica o sorridente Pedro ao lado de seu companheiro.
Ele também, sempre que pode, não perde uma missa. Seu sobrinho, Oswaldo Stelzener, conta que Pedro vai à missa sempre aos domingos. “O que não podemos é deixar ele ir sozinho. Dias atrás ele não sabia mais voltar para casa, estava indo para São Bento do Sul, pelo interior de Campo Alegre”, comenta.
Apesar de se perder com certa facilidade, Pedro está bem de saúde. Mesmo aos 84 anos de idade toma poucos remédios e garante que nada disso lhe tira a alegria de viver. Natural de Campo Alegre, mas depois de morar muitos anos em São Bento do Sul, ele não cansa em dizer que as duas cidades são as melhores do mundo para se viver. “São cidades abençoadas por Deus”, afirma.
Roteiro das festas
Pedro Pipoca também é festeiro, não deixa de ir nas principais festas da região. Além disso, ele ajuda no trabalho de divulgação dos eventos, pois sempre que está pelas ruas e encontra alguns amigos, faz questão de lembrá-los das festas programadas para cada final de semana. Agora ele já se prepara na divulgação da Festa da Ovelha.
O ex-servidor público, que foi referência em sua função, diz que faria tudo de novo, pelo bem do município. “Fiz muitas amizades, não tenho queixa de nada. Todos os prefeitos com quem eu trabalhei foram pessoas fantásticas”, destaca.
Quando pode, Pedro está em São Bento, na companhia do sobrinho. E conta que é difícil voltar para casa, pois pelas ruas sempre surge um conhecido ou outro querendo conversar. O almoço na cidade, de preferência, é no Bom Apetite, no Centro, e percorre ainda algumas lojas. E, quando vê um papel no chão, Pedro não pensa duas vezes e logo recolhe para jogar no lixo.
Pipoca
É verdade que seu Pedro não gosta muito do apelido que o tornou famoso na região: Pedro Pipoca. Poucos sabem a origem do apelido, mas ele conta que surgiu nas décadas de 1970 e 1980, quando trabalhava no cinema que existia em Campo Alegre. O padre Luís Gilg, que marcou toda uma época na cidade, era responsável pelo cinema e Pedro era quem preparava e vendia as pipocas. Ele também lembra e se emociona da época que não volta mais. Lamenta que o cinema tenha deixado de existir quando todos os equipamentos foram roubados e até hoje ninguém soube sobre o paradeiro das máquinas.
Nos últimos dias, A Gazeta também publicou o perfil de outra pessoa superconhecida no município: o servidor público José Aparecido Alexi. Clique aqui e confira a matéria.