A deputada estadual Paulinha (Podemos) recebeu a equipe da Rede Catarinense de Notícias (RCN) em seu gabinete na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Início na vida pública, projetos que defendeu e aprovou, pautas que deseja implementar foram os assuntos tratados de forma bastante descontraída pela parlamentar, que passou pela Câmara de Vereadores e que comandou a prefeitura de Bombinhas, por dois mandatos.
Uma de suas bandeiras é a mobilidade urbana, especial na BR-101, que está sempre lotada e formando congestionamentos, e não somente no verão.
RCN: Deputada, você atua em diversas frentes no desenvolvimento de Santa Catarina e é conhecida por sua participação na política desde muito jovem. Como começou essa sua história que a levou ao Executivo Municipal e hoje no Parlamento?
Paulinha: Eu sempre brinco que quando a gente é criança e a professora pergunta na sala de aula o que você quer ser quando crescer, muita gente responde que quer ser professora, motorista de caminhão, médico. Ninguém diz que quer ser político, né? É muito raro.
E não foi uma coisa que eu planejei, mas eu sempre, desde menina, fui muito contestadora, sabe? Aquela garota na sala de aula que encrenca com um professor que perseguiu um colega, enfim, eu era da confusão. Então, a gente vive o processo de emancipação em Bombinhas, eu ainda bastante jovem, em 1993, e começo a me apropriar dessas causas públicas.
RCN: Uma pauta muito importante é mobilidade catarinense e nesse sentido você tem atuado muito forte na possibilidade da 3ª faixa na BR-101 entre Porto Belo e Piçarras. Como você vê essa necessidade e os benefícios que isso trará para a região?
Paulinha: Estamos vivendo um período de absoluto colapso aqui, especialmente no litoral norte, um afogamento de tráfego que tem comprometido o nosso desenvolvimento econômico, os prejuízos são gigantescos.
Nós fizemos a gestão junto com o prefeito Paulinho (Paulo Henrique Dalago Muller, de Bombinhas), os prefeitos e os empresários também da região durante todo o ano, conversando com a ANTT, com a Arteris, inclusive imaginando que fosse possível a gente se utilizar do acostamento como terceira faixa em alguns trechos. Foi feito um primeiro período de testes, muito curto, que não foi possível avaliar o impacto dessa decisão, mas evidente que não é o ideal e não é o que nós acreditamos como seguro, assertivo para a população.
Nós defendemos com muita firmeza junto ao governo do Estado que ele receba, que ele toque para frente um projeto chamado Corredor Litorâneo, que na verdade é uma nova rodovia paralela a BR-101, que inicia aqui em Biguaçu e segue até Joinville, estimada em aproximadamente R$ 6 bilhões, é um investimento alto, mas que o Estado não pode abrir mão de fazer nesses próximos anos.
RCN: E o ProMobis, que é considerado um dos maiores projetos de mobilidade de SC? O projeto prevê túnel entre Itajaí e Navegantes, a implantação de ônibus elétricos e obras de micro mobilidade elétrica. E o que que isso muda na vida das pessoas, na prática?
Paulinha: A gente tem trabalhado com muita força nesse programa que também foi iniciado lá no tempo que eu era prefeita e que congrega os 11 municípios da regional (Amfri). O programa ProMobis é um investimento da ordem de 120 milhões de dólares que será feito pela captação do consórcio que reúne os 11 municípios junto ao Banco Mundial. E aí é relevante dizer para as pessoas que esta é a primeira operação de crédito com o Banco de Fomento Internacional feita por um consórcio.
O transporte elétrico começa primeiro próximo a Itajaí, Camboriú, Balneário, aquele miolo, Navegantes, e por fim vai se estender de Bombinhas até Luiz Alves. Assim, para as pessoas entenderem, hoje em um trajeto de Bombinhas a Piçarras, não no verão, que é louco, mas em temperaturas e climas normais, o cidadão gasta R$ 32, de ônibus três vezes em três companhias diferentes, e demoraria 4h45.
Uma vez implementado o BRT, esse sistema todo elétrico, que eu acredito que no máximo em três anos ele vai estar concluído, o tempo de deslocamento será de 1h30, ao custo de R$ 10, numa empresa única. Então, isso acho que vai facilitar também o transporte. O outro componente desse programa, que agora também tem investimentos, a gente levou esse projeto para o Brasil.
RCN: O Governo do Estado é parceiro?
Paulinha: Jorginho vai ser nosso parceiro, já se comprometeu inclusive em aportar uma parcela de recursos aí desse valor todo, é para fazer o estudo e o projeto executivo do túnel imerso, o túnel embaixo da água entre navegantes e Itajaí.
E aí são seis pistas né, três pistas de cada lado, um negócio extraordinário, esse recurso está na iminência de sair já, até agosto, a gente já deve ter esses valores liberados, então nessa primeira etapa o que que vai ter? Além dos ônibus elétricos, dos corredores exclusivos para os passageiros, esse investimento de composição do projeto executivo para que o governo do estado possa lançar a operação de parceria público privada para a execução dessa obra. Então eu acredito aí que nos próximos anos a nossa estimativa é que a gente lance o edital ainda no governo Jorginho.
RCN: Iniciando o ano legislativo de 2024. Deputada, quais as principais pautas que devemos esperar sua participação esse ano? Já temos projetos idealizados?
Paulinha: Nós temos uma série de projetos. Temos um ano complexo, com muitas pautas. A gente segue com uma pauta muito forte na questão da segurança pública, que também envolve a questão da segurança escolar. É uma questão que me preocupa gigantemente, porque quando nós tivemos os episódios de Saudades e Blumenau todo mundo sofreu.
Eu não conheci nenhum ser humano, gente até que eu não gosto eu vi chorando e sofrendo por aí. Porque dói você ver crianças sendo vitimadas dessa forma. A gente passa a estudar essa matéria e entende que não são dois fatos isolados. O nosso coração, a nossa cabeça, a nossa alma, a nossa fé querem pensar que seja algo isolado, mas a globalização, o mundo da informação, ele nos traz muita coisa positiva, mas de arrasto vem as negativas também.
E o país, o nosso país acabou se integrando a essa cultura do crime de matar crianças que já está estabelecida nos Estados Unidos desde a década de 70 e já é viva em outros países também. Então a gente tem que ter uma atenção redobrada para essa questão da segurança escolar. Agora mesmo a gente está discutindo o uso do acesso das crianças na escola do telefone durante o período que eles estão dentro da escola.
É um tema que tem tomado bastante calor, os pais estão se manifestando muito em relação a isso. Então a gente vai construir leis nesse sentido, mas a gente também vai manter o nosso pé muito firme na questão estratégica da saúde. Estamos com aproximadamente 15 projetos idealizados, prontos para colocar em pauta, em todos os setores que defendemos.
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