A Escola Básica Municipal Castelo Branco ensinou aos seus alunos algo que não está nos livros didáticos. Foi uma aula de vida. Mostrou o quanto é importante termos sonhos e corrermos atrás deles para que possam ser realizados. Mostrou que dificuldades existem, que nada vem de graça e que é preciso persistência, dedicação e empenho. Tudo é obtido por mérito.
Esses ensinamentos não ficam restritos ao grupo que viajou à Argentina e ao Chile, mas a todos os estudantes da unidade. Afinal, eles acompanharam de perto todo o empenho e dedicação de alunos, pais, professores e da direção da escola. Todos se uniram em uma corrente de esperança para conseguir levantar os recursos necessários à realização deste sonho, dito por alguns como impossível.
Mas o impossível é só uma questão de opinião, e enquanto alguns preferem ficar de braços cruzados, outros arregaçam as mangas e enfrentam os problemas e as dificuldades. Aí está a prova de que, sim, é possível realizar um sonho. Fácil? Claro que não. Foram dias, semanas, meses de ações junto à comunidade e empresas para arrecadar os recursos. Eventos, apresentações e tudo que estava ao alcance da escola, dos pais e dos alunos foi feito. Os méritos são para eles.
Na quinta-feira à tarde, os mais de 60 alunos que integram a banda marcial, além de alguns pais e professores, retornaram a São Bento. Eles estavam em dois ônibus que haviam partido do mesmo pátio há pouco mais de dez dias. Houve festa e emoção na partida e na chegada. Para os alunos que viajaram, é uma experiência única que ficará marcada na memória de todos pelo resto da vida. Para os que não foram, fica a lição de que nada é impossível, e quem sabe, daqui a algum tempo, não possam ser eles a seguir pelo mesmo caminho?
Quando dizemos ter sido uma lição para a vida é porque esse ensinamento será utilizado muitas vezes ao longo da jornada de cada aluno. Seja agora na fase estudantil, seja lá na frente, na hora de encarar o mercado de trabalho ou ao empreender. Na vida adulta, nada é tão simples. É preciso dedicação, suor e muita determinação. E tudo isso os alunos da Castelo Branco aprenderam agora, ainda muito jovens.
Algumas das crianças que viajaram, dificilmente teriam condições de fazer uma viagem internacional como esta. Entre os alunos estavam alguns mais humildes, que nem mesmo mala tinham. Foram feitas vaquinhas para a compra daquilo que estava faltando e na lista havia até quem sequer tinha produtos de higiene pessoal para levar. Mas nada disso impediu a viagem. Tudo só serviu para reforçar o poder da união e do esforço conjunto pensando no bem de todos.
Curiosamente, nesta mesma semana tivemos um caso completamente oposto, mas não aqui em São Bento do Sul. Trazemos isso para discussão por sua relevância ao tema. Trata-se de um assunto que tomou conta das redes sociais e de alguns programas de televisão a nível nacional, sobre uma jovem que não cedeu sua poltrona na janela de um avião para uma criança que estava chorando.
A mãe da criança pediu para a moça sair da poltrona dela, na janela, porque o filho chorava e queria sentar ali. Ora, isso lá tem cabimento? É nessas horas que se vê quando filhos fortes são criados, e quando filhos fracos e mimados são criados. Já que a mãe não ensinou à criança que nem sempre o choro resolve, coube à jovem na poltrona mostrar isso. A criança certamente aprendeu que não pode ter tudo o que quer na vida, independentemente do choro.
E o pior de tudo nesse episódio bizarro foi uma terceira pessoa, que nada tinha a ver com a história, pegar o celular e começar a filmar a jovem sentada na poltrona dela, querendo dar lição de moral. Era só o que faltava, mesmo! O lado positivo disso é que a internet não perdoou. O vídeo acabou sendo postado nas redes sociais pela filha da esperta que filmou. Pelo visto, a filha herdou o QI da mãe, achando que estava “bombando” com o vídeo e que não teria consequências.
Resultado: a esperta foi tão xingada que acabou excluindo o vídeo e suas contas das redes sociais. E a maior parte dos comentários sobre o tema é algo do tipo: se a mãe não ensina, a vida ensina. Essa criança aprendeu uma lição no meio de tudo isso, mas da pior maneira possível. Sem contar o processo judicial que a esperta do celular vai ter que responder. Quem sabe, lá no futuro, essa criança não acabe percebendo o quanto é importante correr atrás de seus sonhos e não ficar chorando para que a mãe corra mimá-la.
Que o exemplo da dedicação dos pais, alunos, professores e todos os funcionários da Escola Castelo Branco possa se espalhar pelo Brasil. Certamente, não teríamos pais e mães por aí fazendo as vontades de filhos chorões, pois iriam ensinar a essas crianças o quanto a vida pode ser dura, mas também que, se temos sonhos e corremos atrás, eles podem, sim, se realizar.
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