“Discípulos de Ninguém – um convite à insubmissão”, o mais novo livro de Olsen Jr., basicamente trata da história de dois personagens, Ernani Savoy e Osvaldo Ortiz, em plena ditadura militar. “Mesmo vivendo em um regime autoritário, eles são pessoas éticas em busca de seus sonhos”, comentou o autor. Obra que começou a ser escrita em 1980, o projeto foi modificado pouco tempo depois e, agora, chega ao público em mais de 400 páginas. O romance, contemplado pelo Edital Estadual Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura, será lançado na noite de hoje, na Churrascaria Amigos da Estrada, em Rio Negrinho, a partir das 19 horas, com coquetel e música a cargo de Francisco Kamienski no saxofone.
Na orelha do livro, Olsen fala do período ditatorial pelo qual o Brasil passou de 1964 a 1985. “O Congresso foi fechado, políticos cassados e instaurou-se a censura prévia nos jornais. Universitários e professores estavam impedidos de fazer manifestações. Para os ativistas mais recalcitrantes, institucionalizou-se a tortura, e a lista de ‘desparecidos’ aumentou. Livros foram proibidos e muitos escritores e artistas foram estigmatizados”, descreve. Questionado sobre determinadas reivindicações, as quais pedem a intervenção militar no País, o autor registrou ontem em A Gazeta: “Indivíduos que vão às ruas pedir os militares sofrem de tal indigência mental que deveriam ser combatidos – e não estimulados”.
Coleção
“Discípulos de Ninguém” integra uma coleção denominada “O Preço da Liberdade”, que contém, ainda, “Humanos e Rebeldes”, “As Paixões Inúteis” e “O Homem Solitário”. O livro será vendido no lançamento de hoje a R$ 40. Nas livrarias, custará R$ 60.
Nascido em Chapecó em 1955 e morando em Rio Negrinho há três anos, Olsen lembra que atualmente a situação é bastante diferente. “Nunca se respirou tanta liberdade como agora”, aponta. Ao mesmo tempo, frisa, em muitas situações, tal liberdade tem sido acompanhada pela irresponsabilidade, principalmente com o advento das chamadas redes sociais e do excesso de informações instantâneas, as quais nem sempre são filtradas pelos internautas. “Antigamente, para fazer uma pesquisa, a pessoa lia vários livros”, exemplifica o autor, que assina a coluna “Diário da Provyncia” aos sábados, em A Gazeta.