Após meses de atraso no início das obras – ocasionado pela falta de licenças ambientais -, é perceptível a movimentação de funcionários e máquinas em alguns trechos da Rodovia dos Móveis apenas há algumas semanas. Na tarde de quinta-feira, o serviço estava em andamento nas proximidades da escola Sophia Schwedler, no bairro Mato Preto.
A Paviplan -empreiteira vencedora da licitação – está efetuando a implantação da rede de drenagem, para escoamento das águas pluviais (das chuvas), com a colocação de tubos de diferentes diâmetros. Do rio Negrinho, que marca a divisa do referido bairro são-bentense com o distrito de Fragosos, já em Campo Alegre, a implantação da tubulação já foi concluída até a altura da multinacional PKC Cables. Ainda serão feitas obras auxiliares para finalizar a rede de drenagem nessa altura da rodovia.
Do rio São Bento, altura do trevo do bairro Oxford até o “trevo de Curitiba” – acesso ao bairro Mato Preto –, também está em andamento a colocação da rede de drenagem, pois o trecho está incluso no projeto. Conforme o engenheiro da Paviplan, Thiago Paul, haverá rede de ambos os lados da via em alguns pontos.
Ele acredita que serão necessários de dois a três meses para conclusão das obras de drenagem. Em áreas não urbanas, o sistema de drenagem será outro, com canais transversais do tipo sarjeta. Com o término do processo começará a etapa da terraplanagem e da contenção de encostas e taludes. Principalmente no trecho entre a PKC e o trevo de Fragosos, haverá pontos com terceira e quarta pistas, explica Thiago.
Desapropriações
Alguns detalhes burocráticos, sob responsabilidade do governo estadual, ainda precisam ser resolvidos, como as desapropriações necessárias em 11 trechos. Atualmente, entre 20 e 25 funcionários operacionais ou diretamente ligados às obras atuam na Rodovia dos Móveis. No auge das obras, com a pavimentação, este número deve dobrar, segundo o engenheiro. A fase da pavimentação exigirá desvio completo de trânsito em alguns trechos. “Para isso, teremos que realizar estudos com a Polícia Militar Rodoviária e com a Prefeitura”, explica o engenheiro da empresa responsável pela revitalização.
Melhorias para todos
Até pouco tempo, os moradores que vivem às margens da SC-418 diziam não acreditar no início das obras de revitalização, tanto que já estava pensavam uma nova interdição da rodovia. Agora, com as obras finalmente em andamento, os moradores já respiram um pouco mais aliviados.
O comerciante Magno Krause, 36 anos, por exemplo, “emprestou” o estacionamento do seu restaurante para depósito temporário de materiais. “Não custa dar uma força, pois é uma melhoria para todos nós”, diz. Ele comenta que muitos dos seus clientes são oriundos do Paraná, os quais têm utilizado a Rodovia dos Móveis para evitar o fluxo intenso da BR-101. “Tem muitos turistas que passam por aqui”, explica, lembrando que o local é uma das entradas de São Bento do Sul. “Com as obras, também teremos mais segurança”, acrescenta.
Ele ressalta ainda que, provavelmente, quando iniciar o asfaltamento dos 8,3 quilômetros da Rodovia dos Móveis, serão iniciadas simultaneamente as obras do outro trecho do projeto, correspondente aos quatro quilômetros do Acesso Estadual AE 280 B (Serra Alta), no qual os trabalhos serão menos complexos, sem a necessidade de terraplanagem, por exemplo. Por fim, após as obras de asfaltamento, serão realizados os serviços de urbanismo e acabamento. Serão calçadas com meios-fios, travessias elevadas, trevos “alemães”, faixas de ciclovia, sinalização viária, etc.
O projeto de revitalização tem investimento previsto de R$ 25,4 milhões e, oficialmente, iniciou na assinatura da ordem de serviço, com prazo de conclusão de um ano, ou seja, em 30 de abril de 2015. Porém, como lembra o engenheiro da Paviplan, a falta de licenciamento ambiental atrasou o início dos trabalhos. “Dessa forma, precisamos correr para tentar recuperar o tempo perdido”, pontua. “A nossa ideia é que a obra não pare mais a partir de agora”. Contudo, ressalta Thiago, podem ocorrer problemas relacionados às condições climáticas, por exemplo. Se chover durante a pavimentação, os trabalhos precisarão ser interrompidos. “Chuva sempre é um problema”, registra.