Terça-feira, 8 de abril de 2025

O bordão ‘Ihuuhuhuu’ e a voz marcante: conheça a trajetória do radialista Ricardo Otto

Incentivador da cultura alemã, o radialista Ricardo Otto celebra 35 anos de profissão

• Atualizado 5 dias atrás.

O radialista Ricardo Otto Redlich tornou-se uma das pessoas mais queridas e ouvidas da região. E não é por menos, através da sua voz marcante e inconfundível, ele adentra nos lares há mais de três décadas. Ricardo é um incentivador e promotor da cultura alemã, revelando bandas e conjuntos musicais locais. Sempre com alto astral, conta com um bordão característico, que é “Ihuuhuhuu”. Neste mês, o locutor da rádio São Bento completou 35 anos do início de sua trajetória no rádio.

Aliás, foi na própria emissora, localizada no bairro Serra Alta, que ele iniciou no mundo da comunicação, em abril de 1989. Porém, o que poucas pessoas sabem é que seu primeiro emprego não foi próximo aos microfones, e sim como auxiliar de açougueiro, no antigo mercado Miner. O ofício ajudou Otto a perder a timidez na adolescência. Os meses foram passando, sua paixão pela rádio foi crescendo, até que com 15 anos ele tomou coragem e pediu emprego para o Giovani de Lima, fundador da rádio São Bento.

Porém, como não tinha experiência, Ricardo assumiu uma função nos bastidores, a de sonoplasta. “Eu era quem colocava a música. Na época era com toca disco, não era igual hoje em dia que as músicas ficam no computador”, recorda.

Para aprender, Otto comparecia na rádio apenas nos finais de semana, já que ainda continuou trabalhando no mercado. Depois, os meses foram passando, até que finalmente surgiu a oportunidade de mostrar todo o seu talento, após a saída de um locutor que atuava no local. Com 16 anos, ele fez sua estreia num programa noturno, das 20 às 23 horas, tocando os mais variados estilos musicais da época. “Comecei de noite e em poucas semanas o pessoal gostou”, orgulha-se.

Logo depois, assumiu outra missão, apresentar o “Hora Alemã”, que dura até os dias atuais, tornando-se um dos programas mais tradicionais de toda a região. “Minha intenção é sempre alegrar as pessoas. Saber que às vezes muitas estão passando por situações difíceis, desanimadas durante o dia, e de repente chega um programa animado e elas se alegram. É muito gratificante saber disso”, destaca.

Lembranças
Atualmente, muitos ouvintes pedem suas músicas ou demonstram seu carinho pelo locutor através de mensagens e ligações. Mas nem sempre foi assim. Por exemplo, na década de 1990, poucos moradores tinham linha telefônica em casa, então mandavam cartas para o apresentador. “Eles iam nos Correios ou na rádio pessoalmente. Vinha um número considerável de cartas, pedindo músicas ou ouvintes que gostariam de parabenizar seus familiares”, expõe.

E algo que é notável no radialista é sua boa memória, lembrando de situações marcantes e até mesmo reconhecendo seus fiéis ouvintes. Por exemplo, ele recorda a primeira vez que foi apresentado ao público. O fato ocorreu numa retreta, com o Trio Edelweiss, na igreja do bairro Rio Vermelho Estação. Na época, Otto tinha 16 anos e muitos tinham a curiosidade em saber quem era o locutor que conversava diariamente com milhares de ouvintes. A situação não era esperada, mas até que seu amigo, Marcio Brosowsky, o apresentou para o público presente. “Lembro que ele tinha perguntado quem escutava ‘Ricardo Otto’ e teve um monte de gente que gritou (que conhecia)”, lembra.

Naquele dia, as pessoas formaram fila para que Otto anotassem os seus nomes e divulgassem no seu programa. “E também para oferecer música no próprio local, essa apresentação do Trio tinha se tornado um programa”, diverte-se.

Também, na década de 1990, o radialista apresentou um programa que está marcado na memória de muitos ouvintes, chamado “Viva seu bairro”, onde ele visitava os bairros e fazia a transmissão ao vivo no local. Com isso, muitos moradores eram entrevistados e vários talentos foram revelados.

Carinho dos ouvintes
Outra característica marcante do apresentador é sua energia contagiante e até mesmo sua humildade, tratando todos com respeito e educação. Por conta disso, tornou-se tão popular entre seus ouvintes. Muitos entregam presentes, outros o convidam até suas residências para uma boa prosa. “É gratificante receber todos esse carinho, já fui há lugares bem distantes”, expõe.

Também, ele já recebeu convites para ingressar na carreira política, devido sua grande visibilidade, porém, isso nunca esteve nos seus planos, onde enfatiza que mantém boas relações com representantes de todos os partidos.

Vida de repórter
Além de apresentar de segunda a sexta-feira o programa Hora Alemã, aos domingo ele comanda o Domingo Alegre. Além de ser reconhecido pela voz, Ricardo Otto também faz parte da equipe do jornal A Gazeta. Enquanto na rádio ele ajudou a revelar diversos talentos musicais, através de sua escrita Otto contribuiu para a divulgação de vários eventos e modalidades esportivas da região.

No jornal, ele cobre notícias relacionadas ao esporte e também de segurança. Ricardo cobre as edições da Copa Gazeta desde a primeira edição, de 2004, até agora, onde neste ano os jogos vêm ocorrendo em Campo Alegre.

Há 28 anos, ele é repórter em A Gazeta, sendo o profissional da redação com mais tempo de casa. Para ter uma ideia, o jornal celebrou em março 29 anos de existência, ou seja, Ricardo entrou para a equipe no ano seguinte, em 1996. “Lembro que tinha visto o anúncio na Gazeta, que precisava de repórter, falei com o Ângelo (fundador) e já era para começar no dia seguinte”, recorda.

Ricardo já trabalhava como repórter na década de 1990, onde atuava no extinto jornal Informação. Mas em A Gazeta, ele recorda de vários situações marcantes, por exemplo, hoje os repórteres utilizam as câmeras do celular para garantir imagens. Mas no passado, as coisas não eram tão fáceis. Para obter os registros para as matérias, os profissionais precisavam torcer para Marlisa Fotos ou o fotógrafo Mario Hirt, da Foto Center, estarem abertos e assim, revelar as fotografias das câmeras analógicas.

Sintonize 90.3 FM
O radialista está no ar de segunda a sexta-feira, das 13 às 15 horas, com o Hora Alemã, na rádio São Bento, através do 90.3 FM. E no domingo, ele comanda o Domingo Alegre, animando as manhãs das 9 às 12 horas, fazendo companhia aos ouvintes que o acompanham fielmente. “Muitos até comentam que domingo sem o Domingo Alegre é como almoço sem maionese”, brinca.

Aliás, no domingo ele recebe a ajuda da filha Camila Beatriz, que atende as chamadas e mensagens dos ouvintes. Apesar de conviver com o pai radialista e trabalhar com ele na rádio há oito anos, Camila optou por seguir uma carreira diferente, tornando-se professora.

Otto agradece a todos as pessoas que o acompanham e confiam no seu trabalho, ao diretor da rádio, Nilberto Wischral, e todos seus amigos e familiares, em especial, a sua mãe, Erna Redlich, que esteve desde o primeiro dia o incentivando a seguir na carreira de radialista e repórter. E agora, no auge dos 50 anos de idade, e mesmo levando uma rotina agitada, ele ainda tem muito trabalho pela frente, como o próprio gosta de dizer. “Gosto muito o que faço, quero continuar por muitos anos”, encerra.


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