Passados mais de três meses desde a posse oficial, os novos conselheiros tutelares de São Bento do Sul vêm trabalhando com comprometimento e responsabilidade visando à proteção dos direitos das crianças e adolescentes do município, honrando os votos recebidos pela comunidade. Durante esse período, os membros realizaram mais de 300 atendimentos presenciais e emitiram mais de 100 ofícios para diversas instituições e órgãos públicos, incluindo respostas ao Ministério Público e ao Judiciário, além de requisições de atendimento para Educação, Saúde e outros atores do sistema de garantia de direitos das crianças e adolescentes, demonstrando o empenho da equipe para o bem-estar dos jovens da região.
Ser conselheiro tutelar é uma função que exige empatia, conhecimento e dedicação, algo que vem sendo promovido pelos membros eleitos em outubro do ano passado, para a gestão de 2024 a 2027. A equipe formada por Ana Paula Knop, Lilian Pedrozo, Laureci Lima, Franciely Scherner e Antonio Veiga Junior tem enfrentado desafios, mas conquistado avanços significativos.
De acordo com a conselheira Ana Paula Knop, os três primeiros meses foram desafiadores, mas também gratificantes. “O sentimento é de gratidão a todos que nos apoiam. O sistema de garantia de direitos das crianças e adolescentes é a rede toda, todos os setores, como saúde, educação, assistência social, ou seja, não é o conselho sozinho. Estamos recebendo muito auxílio e acredito que este seja o diferencial”, comentou.
Seguindo a mesma linha, Franciely Scherner mencionou que quem está de fora não imagina o que é o trabalho do Conselho e até onde o órgão pode ir. “Nós nos enriquecemos muito, não apenas profissionalmente, mas também pessoalmente. Estamos muito próximos das fragilidades e vulnerabilidades das famílias, lidamos com a criança, mas a criança tem uma família, ela tem um núcleo. No entanto, temos sentido apoio da rede, sendo muito bem recebidos pelos órgãos envolvidos com o Conselho, e todos estão dispostos a trabalhar em conjunto, oferecendo um trabalho realmente significativo”, relatou Franciely.
Constante aprendizado
Para essa função, é necessário estar sempre atualizado sobre as leis e orientações do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). Por conta disso, além da necessidade de experiência e habilidade no tato com crianças e adolescentes para assumir a função, é preciso participar constantemente de capacitações, cursos e outros eventos relacionados ao conhecimento na área.
Isso foi destacado pelo conselheiro Antonio Veiga Júnior, que mencionou a participação ativa e a troca de experiências com outros conselheiros de cidades da região. “Participamos de um Congresso Estadual em Lages e em agosto teremos o Congresso envolvendo todo o Sul do Brasil, além dos cursos online. Tem sido uma responsabilidade muito grande, ainda mais que fomos eleitos pela comunidade para representá-los aqui. Essas capacitações têm sido muito úteis, principalmente para quem veio da iniciativa privada e não tinha todo esse contato. Por isso, esse aprendizado tem sido importante e acredito que estamos conseguindo dar um bom retorno para todas as famílias que chegam aqui para serem atendidas”, destacou Veiga.
O atendimento é uma das principais dificuldades, pois é preciso dedicar-se a uma cidade com mais de 80 mil habitantes em apenas cinco pessoas. Essa diferença demonstra um número mais expressivo em relação aos atendimentos, mas a rede de órgãos envolvidos é maior, o que auxilia no trabalho diário. “Quando chegamos, achamos que não há tantos casos, mas há, pois a cidade cresceu muito. O esforço é grande, nos dedicamos muito e nunca deixamos uma família sem uma resposta, procuramos resolver tudo com agilidade, visando o bem-estar principalmente das crianças”, disse Lilian Pedrozo.
Durante esses atendimentos, sempre há algum que causa impacto e mexe com cada conselheiro, pois o trabalho envolve diretamente a família, crianças e adolescentes que passam por algum problema e precisam da ajuda direta dos conselheiros. Isso é destacado por Laureci Lima, como algo que não deve ser “levado para o coração”, mas às vezes se torna inevitável.
“Tivemos um caso em que estávamos fazendo tudo conforme as orientações, esperando até mesmo que houvesse a detenção do violador do direito, porém o caso tomou outro rumo, foi para outra cidade, voltou e ainda está em andamento. Situações assim exigem calma, pois não podemos mudar a história de tudo, mas podemos fazer nosso trabalho bem feito. Juntos somos mais fortes. Nós cinco estamos tão unidos e tão em prol da causa, de uma forma que os desafios, eles vêm, mas nós conseguimos vencê-los sendo úteis à sociedade”, ressalta Lima.
O Conselho Tutelar
O Conselho Tutelar é um órgão responsável por zelar pelo cumprimento dos direitos das crianças e dos adolescentes, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Suas principais atribuições incluem atender denúncias de violência, abuso ou negligência contra crianças e adolescentes, aplicar medidas de proteção quando necessário, aconselhar pais ou responsáveis, entre outras ações para garantir o bem-estar desses jovens.
Atualmente, o Conselho Tutelar de São Bento do Sul está localizado na Rua Wenzel Kahlhofer, número 71, no Centro. O horário de atendimento ao público é das 8 às 17 horas, de segunda a sexta-feira. O telefone para contato é (47) 3634-2316, ou em caso de urgência e emergência, é possível ligar para o número do plantão: (47) 99111-5506.
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