Psicóloga comenta sobre o impacto do distanciamento social na saúde mental

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• Atualizado 4 anos atrás.

A pandemia do coronavírus trouxe situações para nosso cotidiano que não seríamos capazes de prever. Entre elas, o que mais sentimos foi o modo de se relacionar com as outras pessoas. De repente não foi mais possível estar junto fisicamente, tivemos que adequar novas formas de interação e demonstrações de afetos, reuniões, aniversários, casamentos e confraternizações a distância. Sem aproximação, abraços, beijos e até mesmo sem um simples aperto de mão. E agora?

A psicóloga Gislaine Romaniuk, de Rio Negrinho, traz uma reflexão sobre o convívio com amigos e familiares, que ficou limitado neste período de quarentena. “Em contrapartida, famílias tiveram que rever suas rotinas e o convívio junto de seus familiares em quarentena 24 horas por dia, uma realidade totalmente distinta do que estavam acostumados a ter. Já não reconheciam mais costumes e gostos dessas pessoas amadas. Todos estando sob efeito de um inimigo invisível e cada um tende a lidar com ele de uma forma diferente”, explica.

Conforme ela, junto do convívio com a família, com o seu companheiro, vários sentimentos vieram sendo desencadeados. “Junto da quarentena veio a dificuldade de controlar os conflitos internos, deixando muitas vezes transbordar e refleti-los nas relações”, diz.

A profissional alerta também sobre o extremo em que sentimentos e emoções são evidenciados. “Alguns deles são positivos, como amor, carinho, admiração, reconhecimento, gratidão às pessoas próximas e outros negativos, como medo, angústia, insegurança e tristeza. Esses sentimentos têm influenciado seres humanos de todas as idades em suas relações no contexto atual. Vemos através de pesquisas e reportagens que houve um grande aumento de desentendimentos, divórcios e até mesmo a violência domestica”, enfatiza.

Como lidar com isso?
Segundo Gislaine, não há um manual de instruções para trabalhar essas situações. “Uma sugestão é buscar uma reflexão interna, lembrar sempre que o outro também pode estar sentindo-se pressionado, alguns mais, outros menos, que faz parte da vida passar por dias melhores e dias piores, e que é normal essas alterações de sentimentos constantes. É interessante aproveitar os momentos bons para conversar com as outras pessoas, ajudar a quem talvez esteja precisando, trocar sentimentos, falar como se sente e perguntar o que o outro sente. Essa troca é de grande valia para você e seus familiares ou amigos. Se está bem, acolha essa pessoa que não está, se está se sentindo mal, peça ajuda”, comenta.

Outra dica, segundo ela, é aproveitar esse momento de isolamento para se permitir sentir, para entender melhor o próprio funcionamento, se autoconhecer e quem sabe descobrir novas habilidades, gostos e ideias que ainda não colocou em prática e busque aprimora-las. “É sempre importante nos lembrarmos que o distanciamento social é físico, e não afetivo. Já que não podemos estar perto fisicamente, é de grande valia demonstrar o afeto, estar presente através de outros meios, como telefone, redes sociais, e-mail, mensagem de texto”, ressalta.

Você não está sozinho!
A psicóloga atenta que é importante focar nos pensamentos realistas. “Isto é, se atentar as notícias que venham de fonte segura (cuidar com as fakes News) e concentrar-se em pensamentos e ideias positivas, para não sofrer por questões que muitas vezes nem são reais ou importantes”, frisa.

“Caso sinta que seus pensamentos estão paralisando-o, que não consegue desenvolver atividades que antes praticava normalmente, já tentou conversar com as pessoas a sua volta para de alguma forma minimizar os sentimentos ruins e não adiantou, busque ajuda de um psicólogo. É importante entender a fonte de suas angústias. Algumas pessoas tem problemas emocionais preexistentes que as levam a ficar muito angustiadas com a pandemia, e esses problemas precisam ser tratados. Lembre-se sempre, você não está sozinho!

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