Os cuidados necessários com as redes sociais na prevenção do suicídio

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• Atualizado 4 anos atrás.

O suicídio na era pós-moderna foi tema de uma transmissão ao vivo promovida no Instagram de A Gazeta, na semana passada. Com participação da médica psiquiatra Flávia Tanaka O. Gschwendtner, foram abordadas questões sobre como a modernidade e a tecnologia podem estar contribuindo para incentivo ao suicídio e quais estratégias podem ser adotadas para o bem da saúde mental, principalmente entre os jovens.

A psiquiatra começou falando que as redes sociais, a internet e a conectividade da atualidade trazem muitos pontos positivos, além de garantir muitas ligações virtuais. Porém, todas essas vantagens podem ser negativas quando se diz respeito às crianças e adolescentes. A exposição muito cedo às redes sociais e o excesso de informação que chega a esses grupos de pessoas são os pontos levantados por Flávia.

Tudo isso porque os jovens ainda não possuem um cérebro preparado para toda essa exposição e quantidade de informação disponível. “Precisamos entender que nosso cérebro é um órgão plástico, sempre se moldando e modificando conforme os estímulos que recebemos no dia a dia”, esclarece. “O que me preocupa é a quantidade de informações que chega para uma população que não tem repertorio neurológico pra lidar com isso”, alerta a psiquiatra.

Para justificar esta preocupação, Flávia cita os diversos estilos de vida que são expostos nas redes sociais, o que faz com que as pessoas percam o parâmetro e questionem o que é normal. “É normal ter um carro aos 25 anos ou um corpo maravilhoso igual uma blogueira postou? Os parâmetros de comparação são muito diversificados e isso vai gerar uma grande confusão mental em crianças e adolescentes que não tem um filtro para lidar com isso”, completa.

Outro exemplo está atrelado em como os aparelhos digitais ficam cada vez mais modernos, facilitando a vida do usuário. Para pedir comida, basta apertar um botão, para falar com alguém é a mesma coisa, e isso diminui cada vez mais o contato real entre as pessoas, e faz os jovens perderem a capacidade de esperar. “Não conseguimos deixar as coisas rolarem, e isso gera um gatilho para quadros ansiosos enormes”, acrescenta.

Sinais via redes sociais

Apesar dos pontos negativos, as redes sociais são um ótimo espaço para identificar tendências suicidas em pessoas jovens e, principalmente adolescentes. Conforme a psiquiatra, é necessário prestar atenção nas postagens que essas pessoas fazem, principalmente quando se referem diretamente ao tema ou de forma indireta, como publicações de despedida.

Outra forma de ficar de olho é prestar atenção nos grupos e comunidades que possam, de alguma forma, incitar o suicídio. “Aqui em São Bento do Sul teve um período que muitos adolescentes estavam seguindo uma comunidade que se chama Anjos Suicidas”, alerta Flavia. Ela relata que atendeu muitos jovens que se tornaram seus pacientes após os pais pegarem o celular dos filhos e encontrarem a referida comunidade virtual.

Para Flávia Tanaka, a conscientização sobre o tema começa justamente pelos pais, afinal, crianças e adolescentes são naturalmente impulsivas. Com isso, ela aponta a necessidade de se impor alguns limites. “A falta deles também é considerado negligência”, afirma.

Entre esses limites, ela fala sobre determinar o tempo de exposição dos jovens à internet. Além disso, é importante seguir filtros para evitar acesso a sites adultos e, principalmente, monitorar o histórico de acesso para saber o tipo de conteúdo que esta sendo consumido. Flavia ressalta que muitos jovens costumam deixar rastros pelas redes, por isso é importante um monitoramento constante.

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