Desde junho de 2022, quando oficialmente iniciaram as obras de revitalização na Estrada das Neves e na rua José Rückl, foram identificados vários problemas antes e ao longo de sua execução. Primeiro, a empresa que venceu a licitação inicial abandonou a obra; somente meses depois, um novo certame foi realizado, já com as ruas deterioradas devido à implantação da rede de esgoto. Depois, o mau tempo atrasou os trabalhos; a base teve que ser reforçada em vários pontos antes de receber a pavimentação e, por fim, as calçadas que já estavam sendo concluídas tiveram que ser todas refeitas, devido ao serviço mal feito pelas equipes que fizeram a implantação dos pavers.
É fato que obras geram transtornos por um período e, depois, quando concluídas, devem ser benéficas a longo prazo para a população; porém, isso só acontece quando são bem feitas. Neste caso, o poder público fica refém das empresas que não prezam pela qualidade, e cabe somente à fiscalização dessas benfeitorias, para que tudo seja feito com excelência durante o processo. Porém, mais um caso foi registrado recentemente envolvendo as obras na via.
Na ocasião, a moradora da via, Terezinha Edwiges Ropelatto, procurou A Gazeta para relatar que teve os dois acessos de sua casa “fechados” devido à obra de implantação de novas calçadas. “Simplesmente fizeram! Eu saí pela manhã e vi que estavam mexendo e até então tudo bem, mas quando cheguei à tarde em casa, estava assim, um muro na entrada da minha casa. Não consigo acessar a garagem e ficou complicado até para entrar a pé, devido ao degrau. Conversei com os trabalhadores e eles falaram que era para ser feito assim, por conta da acessibilidade, mas se eu ou alguém da minha família usasse cadeira de rodas, como ficaria?”, questiona a moradora.
Outro leitor, que preferiu não se identificar, também procurou a reportagem para relatar sua indagação: “A obra está pela metade, calçada abandonada, material jogado. Semana passada estourou a rede de esgoto e ficou escorrendo no meu terreno e na rua. Já perdi o muro por conta da água que está descendo no meu barranco quando chove, pois eles fizeram as bocas de lobo no lugar errado e você vai atrás na Prefeitura e um sempre empurra para o outro”, disse.
No diálogo, tudo se resolve
Procurada, a Prefeitura destacou que as obras seguem sendo finalizadas e não estão paradas. Além disso, o secretário de Planejamento e Urbanismo, Bruno Seefeld, comentou que as obras visam à acessibilidade das calçadas, sempre que possível. “Algumas obras geram transtornos e despesas aos moradores, inevitáveis ao desenvolvimento da cidade e à correção de alguns erros passados. Estamos verificando medidas para mitigar esse problema, mas priorizando a acessibilidade da coletividade”, repassou.
Na quarta-feira (17), a equipe da Secretaria de Planejamento também conversou com os moradores procurando uma solução para os problemas. No caso, serão feitas algumas adequações visando facilitar tanto para os pedestres que passam pelas calçadas quanto para os proprietários que solicitaram as correções.
“Já orientamos a empreiteira e dialogamos com os moradores. Explicamos todos os nossos casos e eles nos passaram as solicitações. No caso da dona Terezinha, vai ser rebaixado o meio-fio, então alguns pontos que estavam altos vão ficar um pouco mais baixos, deixando uniforme a calçada e a inclinação da entrada da residência. A gente sempre sugere que seja em direção à rua, mas neste caso, para facilitar para ela, nós autorizamos”, completou o secretário de Planejamento, Bruno Seefeld.
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