Moradores de Laranjeiras pedem mudança de município e querem pertencer a Campo Alegre

A Comunidade de Laranjeiras, localizada a cerca de 4 km do posto da Polícia Militar Rodoviária em São Miguel, pertence oficialmente a Joinville. Porém, os moradores do local não se sentem joinvilenses e, pensando no acesso a serviços públicos e essenciais, na última semana realizaram uma audiência pública com a comunidade, vereadores de Campo Alegre e de Joinville, além de membros da Prefeitura de ambas as cidades, na Capela São Judas Tadeu, em Laranjeiras.

Aproximadamente 80 pessoas compareceram, e, para Newton Mendes Junior, presidente da Associação de Moradores e Proprietários de Imóveis da Região de Laranjeiras (Amorela), essa reunião foi um passo importante. Há anos existe o desejo de transformar essa região em território de Campo Alegre, e agora isso foi expresso com vontade.

Atualmente, segundo informações repassadas pela assessoria de comunicação de Campo Alegre, mesmo que Laranjeiras e outras adjacentes pertençam a Joinville, alguns moradores já são atendidos por serviços públicos em Campo Alegre. Especialmente saúde e educação também são auxiliadas pelas pastas de assistência social e infraestrutura.

No entanto, o empenho por melhorias não é de hoje. Em outros anos, Newton já buscou apoio de vereadores das cidades, e um deles foi Wilian Tonezi (PL), de Joinville. Tonezi comentou que a ideia agora é resolver o impasse que a comunidade enfrenta: pertencer a Joinville, mas ter falhas no atendimento em questões de infraestrutura, estradas e até ligações de energia elétrica. “A comunidade não está tendo nenhum tipo de benefício de pertencer ao território de Joinville. Na verdade, ela está sendo prejudicada. Não é isso que gostaríamos que acontecesse, mas é a realidade que eles vivem hoje”, menciona o vereador.

Além de receberem pouca atenção da cidade mais populosa do estado, enfrentam ainda o problema da distância. Por exemplo, estão a aproximadamente 10 km do Centro de Campo Alegre e 40 km de Pirabeiraba. “Também o grave entrave que representa a Serra Dona Francisca e os desafios que ela impõe”, cita Newton.

Próximos passos
A Gazeta já conversou com os moradores do limite entre as cidades em outra ocasião e, na época, em outubro de 2024, estavam com a Amorela saindo do papel. Essa pauta foi uma busca realizada pela associação e, a partir disso, Mendes procurou o poder legislativo e executivo das duas cidades. O vereador Wilian Tonezi (PL) foi quem sugeriu a audiência pública externa da Comissão de Urbanismo, para verificar se essa era realmente a vontade da comunidade.

O vereador explicou que, agora, o próximo passo será a Prefeitura de Joinville fazer essa avaliação. No entanto, as tratativas entre os dois poderes e as duas cidades devem continuar. “A comunidade obviamente vai ficar atenta, vai continuar acompanhando”, cita. O presidente da Amorela ainda fez questão de comentar que não se trata de uma questão de perder ou ganhar, mas sim de trazer melhorias para as comunidades, que hoje são desassistidas por uma cidade à qual pertencem.

Confira mais informações no jornal impresso desta quarta-feira (14).