Com a chegada do inverno e a queda nas temperaturas, cresce a preocupação com as doenças respiratórias. Nesta época do ano, a incidência de gripes, resfriados, bronquites e pneumonias tende a aumentar, afetando principalmente crianças, idosos e pessoas com imunidade baixa, que se encontram nos chamados grupos de risco.
Segundo o infectologista do Centro de Vigilância em Saúde de São Bento do Sul, Dr. Luiz Felipe Moreira, o frio cria um ambiente propício para a proliferação dos vírus, sendo as vacinas os principais aliados para proteção do contágio. “Alguns cuidados adicionais devem ser tomados, fique em dia com as vacinas, principalmente as direcionadas para doenças respiratórias. Além da gripe anual, no SUS é disponibilizado a antipneumocócica-10 para os menores de 5 anos de idade, além da vacina contra Covid atualizada, direcionada para grupos prioritários e para quem nunca se vacinou. Outros laboratórios particulares têm ainda as vacinas antipneumocócica-13 e antipneumocócica-23, e recentemente passaram a disponibilizar a vacina contra o vírus sincicial respiratório para pessoas com idade a partir de 60 anos, responsável por quadros de bronquiolite e descompensação de doenças pulmonares crônicas, como asma e enfisema”, ressalta o especialista.
No inverno, o clima frio e seco contribui para a diminuição da umidade do ar, o que pode ressecar as mucosas do trato respiratório, prejudicando a barreira natural de defesa do corpo contra os agentes infecciosos. Além disso, a tendência de manter portas e janelas fechadas para conservar o calor faz com que os ambientes fiquem menos ventilados, favorecendo a circulação de vírus e bactérias. Por isso, além da vacina, a prevenção é fundamental para reduzir o risco de contágio de doenças respiratórias durante a estação mais fria do ano. “Mantenha uma boa hidratação, pois essa medida vai ser importante para fluidificar as secreções, auxiliando no tratamento. Além disso, evite os banhos com água muito quente e prolongados, pois eles retiram a oleosidade da pele, o que pode deixá-la mais ressecada, propiciando o aparecimento de prurido e fissuras”, diz o médico.
Ainda conforme o Dr. Luiz, um estudo de 2018 realizado pela Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Católica de Santos (Unisantos), mostrou que o risco de AVC hemorrágico se correlaciona com baixas temperaturas, principalmente entre os idosos. Quando os dados do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade no Município de São Paulo (PRO-AIM) e da Estação Meteorológica do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP foram confrontados, houve a descoberta de que o risco relativo para a ocorrência de AVC (isquêmico e hemorrágico) era maior quando a temperatura média era menor, abaixo dos 15 ºC. “Devido a isso, mantenha a pressão arterial e as visitas ao cardiologista em dia. Pois, conforme dados, durante invernos mais rigorosos o risco de infarto cardíaco e eventos vasculares cerebrais aumentam”, ponderou.
Outros cuidados
Além de todas essas ações de prevenção, outras medidas devem ser tomadas pela população: mantenha o ambiente de casa e do trabalho bem arejado, para diminuir a proliferação de ácaros e o acúmulo de poeira; mantenha a temperatura corporal estável, evitando modificações bruscas de temperatura sem agasalho ideal.
Estações muito chuvosas ou com frio muito rigoroso podem contribuir para isolamento social, o que pode desencadear sintomas depressivos; mas quando tiver algum sintoma gripal, evite contato com outras pessoas além do necessário, para evitar transmitir doenças para alguém mais frágil. “Procure atendimento médico e siga as medidas prescritas: cobrir a boca e nariz ao espirrar e tossir, usar máscara sempre que sair em público se estiver com sintomas de doença gripal”, conclui o infectologista.
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