A jovem Bianca Hastreiter, de 22 anos, teve um início nada convencional no mundo dos negócios. Formada em biomedicina, voltou a São Bento do Sul após se formar em Curitiba, com o desejo de trabalhar na cidade natal. Encontrou vaga como funcionária no Platta Laboratório de Análises Clínicas. Seis meses depois, se tornou a dona da unidade.
Diferente de Felipe, ela nunca pensou em empreender. “Sempre achei que seria funcionária. Pensava em concurso, talvez ir para a área de pesquisa. Escolhi biomedicina justamente por ser mais tímida. Achava que ia ficar no meu quadradinho, fazendo minhas análises”.
Ela não imaginava seguir este caminho porque sempre acompanhou de perto a rotina da mãe, que há quase 40 anos é proprietária da loja Charmel, em Oxford. “A gente sabe que ser empresário no Brasil não é fácil, tem muita dificuldade. Então, nunca tinha passado isso pela minha cabeça”, admite.
Mas quando a antiga proprietária anunciou que venderia ou fecharia o laboratório, Bianca agiu por impulso. “Não sei o que passou na minha cabeça. Eu falei: ‘e se eu comprar?'”, conta.
O pai, que já havia dito que achava a ideia da franquia interessante, apoiou imediatamente. “A proposta foi feita no fim de setembro. Em uma semana, toda a documentação estava no meu nome. Assumi em 1º de outubro”, conta, espantada com a própria coragem.
Depois disso, vieram alguns receios. “Eu tenho 22 anos, e meu maior medo era liderar pessoas mais velhas. E é um desafio até hoje. Também tinha o medo de não dar conta, e ainda me preocupava com o que os outros iam pensar. A gente se preocupa demais com opinião alheia e às vezes a gente só tem que ignorar e seguir em frente. E pra ser bem sincera, também não tive muito tempo de me preocupar com os meus medos ou as minhas dúvidas”, comenta, devido à velocidade que foi definida a compra do laboratório. “Guardei o medo no bolso e fui”, resume.
Logo no início, o laboratório foi credenciado pelo SUS, o que aumentou muito o movimento. “Levava trabalho para casa, não dormia direito. A estrutura não estava pronta. É coisa do início”, pondera.
Apesar de tudo, Bianca se orgulha do que construiu. “Desde que entrei, o laboratório se desenvolveu muito. Os pacientes elogiam, os colaboradores reconhecem. A gente tenta fazer diferente, olhar o paciente de forma integral”, cita.
A própria história de Bianca mostra que o momento perfeito não existe. “Sempre vai ter uma desculpa. Às vezes, você tem que colocar no papel, analisar os riscos e simplesmente ir”, incentiva.
Apesar disso, a empreendedora frisa que ter uma empresa é desafiador. “Tenha coragem. Não é fácil, é uma tarefa difícil, ainda mais no país que a gente vive. Tem semanas que eu penso: só queria me enfiar numa bolha e não sair mais. Mas não dá. Empreender é um desafio gigantesco, mas também é um orgulho. Eu conquistei muita coisa através disso”, comemora.
Esta matéria faz parte de uma reportagem especial publicada na edição impressa de 11 de junho de 2025. Nela, são contadas as histórias de três jovens que decidiram investir no empreendedorismo.
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