O número de veículos que circulam na cidade cresce anualmente, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Detran). E os motoristas também já sentem efeito da crescente frota por meio do trânsito cada vez mais lento.
São Bento do Sul fechou 2014 com exatos 51.960 veículos registrados, sendo mais de 30 mil carros. Apenas neste ano foram incorporados na cidade mais de 2 mil veículos. De acordo com o secretário de Planejamento, Cássio Zschoeper, nos últimos dez anos a frota praticamente dobrou. “Claro que a população aumentou muito nesse tempo. Naquela época a cidade contava com um veículo para cada 2,5 pessoas, agora temos um veículo para cada 1,5 pessoa”, esclarece.
Além disso, quem sempre dependeu de transporte público optou pela compra de um automóvel ou motocicleta. “O governo facilitou as compras. Hoje, financeiramente, é mais viável andar de moto do que pagar passagem de ônibus, por exemplo”, relata.
Motocicletas
Apesar do crescimento da frota de veículos de um modo geral em São Bento do Sul, 2014 chamou a atenção pelo fato do número de motocicletas ter estagnado. Foram menos de 30 motos incorporadas à frota no ano passado inteiro. Em janeiro do ano passado, conforme o Detran, a cidade contava com 8.228 motocicletas em circulação e fechou 2014, em números absolutos, com 8.253 motos registradas.
Apesar desse desempenho, as concessionárias de motos da cidade dizem que o volume de vendas acabou sendo o esperado. Para o vendedor da Yamaha/L9 Motos, André Garen, a concessionária manteve a meta. “Não passamos por uma queda brusca nas vendas. Talvez esse índice esteja mostrando que as pessoas estão segurando o dinheiro e evitando fazer dívidas no mercado”, afirma. Ele acredita que este ano promete trazer mais motociclistas para as ruas devido ao estímulo oferecido pelo Governo Federal para o financiamento de motos.
Na região
Rio Negrinho registrou 14.415 automóveis, num total de 26.982 veículos ano passado, de acordo com o Detran. Já em Campo Alegre houve um crescimento no número de carros, passando para 3.971 registrados até dezembro. Em relação ao número total de veículos, segue com 7.558.
Trânsito
A frota crescente de veículos interfere diretamente na fluidez das principais vias. Para Cássio, algumas alterações são necessárias. “Foram realizadas poucas mudanças nas ruas da cidade nos últimos anos. Lembro de modificações mais decisivas feitas durante a administração de 2006”, conta.
Segundo ele, todo município precisa fazer um plano de mobilidade urbana, por lei. Nesse plano é feito todo o levantamento das vias da cidade para integrar os meios de transporte e melhorar a acessibilidade e mobilidade das pessoas. “A Prefeitura já está levantando os custos desse plano desde o ano passado e assim que obtivermos uma resposta vamos decidir como será a melhor maneira de agir”, explica.
Ele conta que há uma conversa com a Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) para fazer uma parceria. Ela realiza um trabalho de auxílio aos municípios para aderir ao projeto. Conforme o secretário, o município possui poucas opções de vias, pois tudo cai no anel central. “Temos que aliviar o Centro e levar mais opções para os bairros, como cartórios, bancos, entre outros”, pondera.
Cássio esclarece que ainda nesse mês serão realizados testes em pontos que geralmente provocam congestionamento no horário de pico. “Queremos reformular o trânsito nos alvos fundamentais para tentar desafogar a circulação. Para isso, serão feitos testes e, se os motoristas aprovarem, vamos efetivar as novas mudanças”, revela.
