Ainda é cedo para falar em prazo para início dos tratamentos de quimioterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em São Bento do Sul, porém, os passos para que o município seja credenciado neste tipo de procedimento seguem com mais uma etapa concluída. A reforma da ala que irá abrigar a unidade quimioterápica do Hospital e Maternidade Sagrada Família está pronta e, na próxima semana, técnicos do Mato Grosso estarão na cidade para iniciar a montagem de alguns dos equipamentos que já foram comprados e estão no hospital.
Ontem, o prefeito Fernando Tureck (PMDB) foi ver como ficou a ala reformada. Ele estava acompanhado do vice-prefeito, Arildo Gesser (PT), do chefe de gabinete, Pedro Ivo Diener e do secretário de Saúde, Deodato Hruschka. De acordo com o secretário, tão logo os equipamentos estejam montados, então será feita solicitação de vistoria da nova ala junto à Vigilância Sanitária do Estado. “Após a solicitação, eles têm dez dias para virem a São Bento e fazer a vistoria”, explica Hruschka.
O secretário ainda explica que o procedimento de vistoria é feito com base numa relação pré-determinada e por isso o resultado sai na hora. “Eles fazem um check-list e se alguma coisa não estiver certa, então é dado prazo para adequação”, disse. Mas, para Fernando Tureck, não deverá existir problema neste quesito. “Temos um pré-projeto já aprovado por eles e seguimos todas as instruções, então, acredito que será aprovado já na vistoria”, completa.
Tão logo então se obtenha o laudo aprovado junto à Vigilância Sanitária, o secretário explica que o passo seguinte é encaminhar a documentação para o Ministério da Saúde que é o responsável por credenciar São Bento do Sul como sendo unidade de alta complexidade no tratamento oncológico. “Temos o compromisso do governo do Estado de buscar dar agilidade nesse trâmite”, destaca Hruschka.
Referência em tratamento na região
Atualmente, de São Bento do Sul partem 95 pacientes para serem submetidos a tratamentos de quimioterapia em Jaraguá do Sul. Da região, são algo em torno de 140. No entanto, Deodato Hruschka explica que as tratativas junto ao governo são para ampliar a área de abrangência da unidade são-bentense, atendendo também a pacientes de municípios paranaenses, como Piên e Agudos do Sul. “Com isso, estima-se que possam ser algo em torno de 250 pacientes no total”, acredita.
A demora
De acordo com o secretário de Saúde, o motivo da demora na implantação do tratamento de quimioterapia em São Bento do Sul ocorre porque, inicialmente, se buscava trazer para a cidade uma extensão do tratamento feito em Jaraguá do Sul, porém, isso não foi possível. Então, iniciou-se o processo de credenciamento são-bentense com base em nova portaria do Ministério da Saúde. “Pensamos uma coisa e acabamos fazendo outra, mas esta é bem melhor”, disse. “Mudou da água pro vinho. O que era para ser uma sala, agora virou uma ala inteira”, completa.
E a mudança positiva, destaca o prefeito Fernando Tureck, é que São Bento do Sul passará a ser referência em alta complexidade nesta área, habilitando médicos e o próprio hospital a realizarem diversos procedimentos oncológicos, como cirurgias, consultas e o próprio tratamento. “Temos médicos daqui que podem fazer esses procedimentos, mas sem o credenciamento, nem eles e nem o hospital poderiam receber por isso”, explica.