Saborear legumes e verduras livres de agrotóxicos faz parte da rotina do aposentado Vítor Alves de Sousa, 66 anos, e ele não paga nada por isso. Vítor é um dos participantes do programa Hortas Comunitárias, da Secretaria de Assistência Social. Ele participa das oficinas de cultivo e tem direito a levar para casa parte do que ajuda a plantar na horta instalada em Serra Alta. Outras duas áreas de plantio funcionam nos bairros Centenário e Cruzeiro.
Fânia Rosa Sossa, coordenadora das hortas, explica que todo o cultivo é agroecológico. A produção do biofertilizante é feita por meio da compostagem, na unidade de Serra Alta onde também está a estufa de produção de mudas. Todo o lixo orgânico produzido pela panificadora da Secretaria de Assistência Social é colocado em tonéis de 200 litros. O material fica armazenado por aproximadamente 12 meses, depois vira adubo. “Durante esse período, ocorre a extração do biofertilizante, líquido que vai sendo eliminado por meio de uma torneira, colocada na parte inferior do tambor”, explica Fânia. Ela conta com o auxílio do servidor Lauro Krockmalny na tarefa de cuidar das plantas.
Mais três hortas no projeto
A intenção da Secretaria de Assistência Social é implantar mais três hortas comunitárias este ano. “Pretendemos levar essa atividade para as comunidades do Alpestre, Mato Preto e mais uma unidade em Serra Alta, além de ampliar o espaço no bairro Centenário”, explica a coordenadora dos Cras, Bianca Chiella.
Atualmente o programa já produz cerca de 6 mil mudas de hortaliças por mês. A Secretaria de Agricultura apoiou na instalação da estufa e também fornece orientações técnicas para o cultivo. Outro auxílio importante vem de engenheiras agrônomas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que visitam periodicamente as hortas.
Participação
Qualquer pessoa da comunidade pode participar da horta comunitária, basta se inscrever gratuitamente em uma das unidades do Cras (Centro de Referência em Assistência Social). “Aí é só participar das oficinas e ajudar no cultivo”, afirma Fânia.
A participação não é restrita aos adultos. Na horta do bairro Centenário há 31 crianças e adolescentes participando da oficina. “É muito gratificante porque as crianças levam essa prática para suas casas, repassam o que aprenderam para os pais”, comenta a coordenadora.
Se houver necessidade, a Secretaria de Assistência Social fornece o passe de ônibus para transporte. É o caso de Orlando Luís Neves, que mora na Vila Progresso, mas frequenta a oficina na Horta Comunitária do bairro Centenário. “Trabalhar na terra é muito bom, faz bem pra gente. Tenho uma hortinha em casa, por isso é bom aprender a cuidar das plantinhas”, afirma ele enquanto colhe algumas abóboras livres de quaquer agrotóxico.