Neste fim de semana prolongado devido ao feriado de Corpus Christi, um grupo de 60 voluntários de São Bento do Sul e de Rio Negrinho esteve em Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul, para levar ajuda humanitária e donativos às vítimas da enchente. A ação foi organizada pela igreja Refúgio, com o apoio de empresários locais e a colaboração da comunidade.
A caravana enfrentou um cenário desolador. “O cenário aqui é de guerra, é terrível. A cidade foi profundamente afetada, é cheiro de carniça mesmo nas ruas, nas casas. Muitas pessoas estão em um estado de profunda depressão”, relatou o pastor Jean Gadotti. “Na casa ao lado aqui da igreja a gente enterrou três galinhas, um gato e um cachorro, hoje numa outra casa foi encontrado duas cobras mortas, na sexta-feira (31) também, muitos animais mortos. As pessoas totalmente desistidas, um ambiente assim de muita depressão inclusive”, completou.
Como forma de apoio à comunidade, foram enviados a Eldorado dois caminhões baús, com 35 colchões, 20 camas, 130 cadeiras, 40 mesas, 30 guarda-roupas, além de alimentos, vestimentas, cobertores e medicamentos. Os voluntários trabalharam montando móveis, retirando entulhos, lavando pisos, paredes e tetos de oito casas, e preparando e distribuindo 1.500 marmitas. Além disso, 200 pessoas receberam atendimento médico.
A situação em Eldorado do Sul é alarmante. Segundo Gadotti, além dos danos materiais, há um forte impacto emocional nas vítimas. “As pessoas estão totalmente desamparadas, é um ambiente de muita depressão”, comentou ele, lamentando também a presença de oportunistas que agravam ainda mais a situação.
Apesar dos desafios, o espírito de solidariedade prevalece. De acordo com Jean, o pastor Ramiro, líder da igreja local e proprietário do cartório da cidade, ofereceu suporte, inclusive hospedando os voluntários em um sítio que serve como local de retiro em Eldorado. “Ele nos deu o privilégio de sermos acolhidos enquanto servíamos. As acomodações são maravilhosas, mas aqui na cidade a situação é terrível”, disse o são-bentense.
Apoio
A missão contou com o apoio de várias frentes. Houve quem atuou na preparação das refeições, e o grupo ainda contou com empresários e pessoas da comunidade de São Bento e região que contribuíram com doações. A ação, segundo Gadotti, proporcionou algum alívio às famílias afetadas. “O sentimento é de que fizemos muito pouco diante do caos, mas, ao olhar de família em família, conseguimos ver um pouco do que realizamos”, refletiu.
Próximos passos
A missão em Eldorado do Sul é apenas o começo. O pastor disse que a intenção é continuar ajudando a cidade. “Queremos muito voltar e continuar o que foi feito. Vamos planejar novas ações para retornar e dar continuidade ao apoio”, afirmou.
Gadotti também destacou a importância de divulgar a participação da comunidade de São Bento do Sul e Rio Negrinho para incentivar outras organizações a se envolverem. “É relevante mostrar para a cidade que estivemos aqui, sendo relevantes, e também fortalecer e estimular outras entidades a continuar essa missão que ainda vai demandar muitos esforços do Brasil inteiro”, concluiu, agradecendo a todos que contribuíram para o sucesso da missão. “Deus abençoe e aproveitem a casa limpa de vocês, aproveitem tudo isso porque a gente só chora aqui, muita gente sensibilizada e a gente fica junto”.
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