Cansados de esperar pela ajuda do poder público e sobrecarregados com os resgates, voluntários da ONG Galera do Bem organizaram um abaixo-assinado cobrando a implementação de políticas públicas que atendam à causa animal em São Bento do Sul. A petição, criada na última semana, já contava com mais de 700 assinaturas.
Janice Gonçalves, presidente da Galera do Bem, explica que o abaixo-assinado foi elaborado com auxílio jurídico e com base na Lei Orgânica do município. “A prefeitura pode até negar esse abaixo-assinado, mas estará negando alguns votos também”, disse ela. “No primeiro dia, foram 400 assinaturas. O motivo é chamar a prefeitura para trabalhar. Eles negam tudo pra gente, só queremos apoio! A maior cobrança está no bairro Serra Alta, o pessoal lá não aguenta mais”, frisa.
O ponto central do abaixo-assinado é justamente a criação de uma casa de passagem, onde o animal seria resgatado, medicado e colocado para adoção. “A prefeitura disse que não tem como resgatar porque não tem onde pôr, a polícia resgata e não tem onde levar, nós resgatamos e pagamos diárias. Aí temos R$ 180 mil de dívidas com diárias em clínicas, mais uma chácara alugada”, comentou Janice.
A ideia da petição, segundo Janice, visa também cobrar maior fiscalização por parte da prefeitura. “O pessoal pensa que a lei não existe, mas, para ela ser cumprida, precisa haver fiscalização. Tudo começa na fiscalização! Se a prefeitura fiscalizasse, a coisa seria diferente. Se três pessoas de cada bairro levassem uma multa uma vez, tudo mudaria. A castração é essencial para o fim do abandono, mas, junto, precisa da fiscalização”, explica.
Um dos poucos mecanismos existentes na cidade, o castramóvel também foi criticado pelos protetores. “O castramóvel vem de fora e castra como dá. Quantos animais vão para casa anestesiados ou voltam para a clínica com os pontos abertos? Somos favoráveis às clínicas que geram emprego, pagam imposto e fazem o acompanhamento. A clínica está aqui dentro do município. Teve gente que castrou no castramóvel, deu um problema e precisou pagar R$ 900 na clínica. O cachorro castrado na rua não vai impedir que ele seja atropelado ou leve um tiro, como já pegamos por aí”, enfatiza.
Pontos solicitados
– Recolhimento de animais abandonados ou sem tutor, especialmente os feridos e doentes, adotando procedimentos comprovadamente eficazes de cidades referência neste tipo de política pública;
– Atendimento médico-veterinário emergencial e/ou contínuo para os animais recolhidos, com foco na recuperação da sua saúde;
– Campanhas permanentes de castração de cães e gatos, como medida eficaz de controle populacional;
– Promoção de campanhas de adoção responsável, visando integrar os animais recuperados a novos lares, em parceria com ONGs e protetores independentes;
– Educação da população sobre a guarda responsável e direitos dos animais, com a inclusão do tema nos currículos da educação infantil, ensino fundamental e médio das escolas públicas e privadas do município, conforme previsto pela Política Nacional de Educação Ambiental;
– Identificação e fiscalização dos animais resgatados para assegurar a continuidade dos cuidados e evitar novos abandonos.
Como assinar
Para assinar o abaixo-assinado basta entrar no site Change.org e procurar pela petição da Galera do Bem, ou acessar o link abre.ai/mhsH.
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