Depois de um 2014 com os resultados abaixo do esperado, as pesquisas apontam para um 2015 longe de ser promissor quando o assunto é vendas no comércio. Estimativas da Confederação Nacional do Comércio (CNC) divulgadas recentemente relatam que o comércio catarinense perderá aproximadamente R$ 1 bilhão em 2015, em decorrência dos feriados.
Os dados já contabilizam a expectativa de inflação prevista para esse ano. Além do menor número de dias úteis em 2015, contribui para o agravamento das perdas decorrentes do maior número de feriados a crescente relação entre a folha de pagamentos e a receita operacional no comércio catarinense, em curso desde 2009.
No ano passado, além do meio expediente na quarta-feira de cinzas, 5 de março, e também em 15 de novembro, um sábado, outros sete feriados nacionais integrais ocorreram em dias úteis para o comércio. Em 2015, o maior número de interrupções ocorrerá em função de dez feriados integrais entre segundas e sextas-feiras, além do meio expediente da quarta-feira de cinzas, no dia 18 de fevereiro.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas) e administrador das Lojas Schuhmacher, Rodrigo Schuhmacher, mantém o otimismo quanto aos resultados para esse ano, mesmo com os prognósticos negativos. “É mais um desafio para o comércio em 2015, tentar faturar mais ainda para compensar os dias que as lojas estarão fechadas devido aos feriados”, diz, e segue. “Temos que vender a mesma quantidade em um menor espaço de tempo”, cita.
Ele lembra que um dia de loja fechada dificilmente é compensado pelos demais dias, já que o fluxo de vendas segue o mesmo antes e depois do feriado. “É um dia perdido”, lamenta. Schumacher diz ainda que geralmente ocorre uma evasão da cidade nos feriadões, onde as famílias aproveitam para ir para o litoral ou outros destinos, e o comércio local acaba sendo deixado de lado. “Eles conseguem se programar para emendar um feriado, e um dia de folga acaba se tornando mais longo”, diz.
Queima de estoque antecipada
Schuhmacher comenta que a queima de estoque já está acontecendo na maioria das lojas do comércio. “A ideia é limpar o estoque para refazê-lo com mercadorias novas, oferecendo um serviço diferenciado em 2015”, diz. Ele lembra que é muito difícil para o comércio vender todo o estoque em uma estação, e que as promoções visam oxigenar a oferta de mercadorias oferecidas nas lojas. “A comunidade pode aproveitar para fazer compras e economizar”, comenta.
Efeito local
A administradora da Di Cidral, Cleunice Cidral de Siqueira, comenta que os feriados próximos ao fim de semana são os mais sentidos pelo comércio. “Prejudica bastante, pois são dias geralmente mais movimentados. Já na segunda-feira não muda tanto, pois é um dia mais parado”, explica.
Ela lembra que os feriados no inícios dos meses também acabam dificultando mais as vendas. “Datas como o 7 de Setembro, 2 de novembro são mais sentidas, pois geralmente início de mês é a época de pagamento, e as pessoas saem para fazer compras”, relata.
A administradora da loja Xica Maria, Thiane Maria Raulino, concorda que os feriados mais próximos do final de semana atrapalham, mas também cita um lado positivo de ter mais dias parados. “Com mais feriados as pessoas que ficam em São Bento acabam saindo mais, e com isso o fluxo de vendas de roupas acaba sendo maior, ninguém quer sair ou ir em uma festa e ficar repetindo peças”, destaca.
