São Bento do Sul está entre os municípios com os maiores índices de famílias endividadas ou inadimplentes em Santa Catarina. A informação consta em levantamento divulgado recentemente pela da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio/SC). Juntamente com Blumenau, Itajaí e Lages, São Bento ocupa o incômodo posto por três trimestres consecutivos.
Desde o ano de 2022, conforme o levantamento, há um movimento de crescimento desses índices. A pesquisa afirma que 83,4% das famílias são-bentenses estavam endividadas no terceiro trimestre, contra 80,5% do segundo trimestre e 84,3% do primeiro trimestre.
“No entanto, deve-se ressaltar que o nível de endividamento por si próprio não é um mal para a economia, uma vez que consumidores mais seguros de sua situação econômica fazem uso de crédito e compram de forma parcelada. O problema surge quando os endividados não conseguem honrar seus compromissos, passando, assim, para o grupo dos inadimplentes”, destaca a Pesquisa Trimestral de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC).
São exatamente os dados relacionados às famílias inadimplentes, ou seja, às famílias que não conseguem arcar com os pagamentos devidos, que mais preocupam. Todos os nove municípios pesquisados apresentaram taxa de inadimplência acima de 20% pelo segundo trimestre seguido. “Além do mais, em três delas o indicador está acima dos 30%: Itajaí (35,1%), São Bento do Sul (32,0%) e Florianópolis (30,1%)”, apresenta o material.
A PEIC afirma que São Bento, que liderou a inadimplência acima dos 30% no primeiro e no segundo trimestres, ocupa a segunda posição no terceiro trimestre de 2023.
Dado “emblemático”
Um dado “bastante emblemático”, nas palavras do relatório da pesquisa, refere-se ao percentual de famílias sem condições de pagar suas dívidas no terceiro trimestre: Lages (11,6%), São Bento do Sul (13,8%), Florianópolis (14,5%) e Itajaí (16,6%). Nos demais municípios, o percentual era menor, mas nem por isso menos preocupante: Blumenau (9,3%), Criciúma (9,2%), Joaçaba (8,6%), Joinville (7,2%) e Chapecó (4,7%).
A pesquisa relata que em São Bento do Sul o tempo médio de comprometimento de parte da renda com dívidas era de 8 meses no terceiro trimestre. No município, R$ 310,40 de cada R$ 1 mil (ou seja, 31,4%) estavam comprometidos com dívidas.
O índice foi o mesmo no segundo trimestre. No primeiro trimestre, o percentual foi ainda maior, chegando a 32,9%, ou seja, R$ 329 de cada R$ 1 mil. A pesquisa ainda aborda que, no terceiro trimestre, as famílias são-bentenses estavam, em média, há 61,1 dias com dívidas em atraso. No segundo trimestre, eram 64,5 dias; e, no primeiro trimestre, 57,6 dias.
Desenrola Brasil
Questionado por A Gazeta sobre o programa federal de renegociação de dívidas “Desenrola Brasil”, o vice-presidente da Fecomércio – Região Planalto Norte, lojista são-bentense Herton Scherer, afirmou que, na prática, tal iniciativa não teve resultados em São Bento do Sul. Conforme ele, de maneira geral, em Santa Catarina o programa não contemplou as famílias por diferentes motivos, como a falta de atendimento aos critérios, por exemplo.
- WhatsApp: Participe do grupo fechado de A Gazeta.
- YouTube: Inscreva-se para assistir as matérias de A Gazeta.
Confira mais notícias no jornal impresso. Assine A Gazeta agora mesmo pelo WhatsApp (47) 99727-0414. Custa menos que um cafezinho por dia! ☕