Conforme noticiado por A Gazeta recentemente, em 2024, São Bento do Sul passou 14,5% do período com temperaturas acima da média histórica. Na prática, foram 53 dias com termômetros em níveis superiores aos que normalmente a população enfrenta. Agora em 2025, novamente mais de 30ºC foram registrados em alguns momentos. Apesar da previsão de condições mais amenas nos próximos dias, novas ondas de calor não estão descartadas – afinal, ainda estamos no verão.
Um detalhe que sempre merece ser lembrado: as temperaturas altas em excesso podem pode ser extremamente perigosas para o ser humano, até mesmo fatais. Tanto que, recentemente, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Santa Catarina (Samu/SC) reforçou a necessidade de cuidados para evitar o chamado “golpe do calor”. De acordo com o órgão, nessa situação, a exposição demasiada ao calor e à desidratação pode levar a pessoa a complicações de saúde e mesmo à morte.
“O ‘golpe de calor’ geralmente acontece quando há exposição prolongada ao sol, especialmente em dias muito quentes e úmidos. A temperatura do corpo sobe rapidamente e o organismo não consegue dissipar o calor de maneira eficiente. Isso pode ocorrer quando realizamos atividade física intensa em ambientes quentes. Também na permanência em locais mal ventilados ou dentro de veículos fechados sob o sol e na falta de hidratação adequada, dificultando a regulação térmica do corpo”, relatou o Samu.
Perda de consciência
“Por isso, precisamos ficar atentos a alguns sinais que o corpo apresenta, como temperatura corporal elevada (acima de 40°C), confusão mental, tontura e desorientação, dor de cabeça intensa, batimentos cardíacos acelerados, náuseas, vômitos e em casos mais graves, convulsões e perda de consciência”, explica Alfredo Schmidt Hebbel, médico e gerente técnico do Samu.
Em casos de “golpe de calor”, deve-se agir rapidamente, levando a pessoa afetada para um local fresco e ventilado. Também é preciso resfriar o corpo aplicando compressas frias na testa, axilas e virilhas ou borrifando água fria, hidratar tomando bastante água e entrar em contato com os serviços de socorro, caso do próprio Samu, que atende pelo 192.
Defesa Civil
A Defesa Civil de São Bento do Sul lembra, por meio de seu diretor Eduardo Pscheidt, que os cuidados devem ser redobrados com relação às pessoas com mais idade e às crianças. “Os idosos são mais vulneráveis, porque o sistema fisiológico é muito mais limitado. Além disso, eles já podem ter doenças pré-existentes, como problemas cardiovasculares, diabetes e hipertensão”, comenta. “Por isso, é importante seguir as orientações”, completa. No caso de bebês e crianças, ressalta ele, o quadro de desidratação pode ser mais rápido devido ao metabolismo acelerado.
Os cuidados necessários para o público em geral são bem conhecidos, expõe Eduardo: procurar se manter em áreas mais frescas (como à sobra ou em ambientes com ar condicionado ou ventilador), evitar atividades físicas entre 10 e 16 horas, se hidratar, tomar banho com água em temperaturas mais amenas, usar itens de proteção (como óculos escuros, chapéu, boné e protetor solar) e também roupas leves. “Esses alguns cuidados recomendados pela Defesa Civil de São Bento”, diz.
A voz médica
O médico Eduardo Castanhel, de São Bento do Sul, registra que um hábito pode levar mais rapidamente à desidratação: o consumo de bebidas alcoólicas. Também produtos com excesso de cafeína, como energéticos e o próprio café em grandes quantidades, ressalta. O profissional destaca que é importante estar atento aos sintomas da desidratação, “que nem sempre são iguais para todo mundo”, conforme sua definição. Uma dica é observar a coloração da urina. “Se estiver com uma coloração muito forte, significa que é preciso se hidratar mais”, ensina.
O ressecamento dos lábios e mucosas em geral também são alertas. “Porém, populações mais vulneráveis não demonstram essas situações”, pondera Castanhel, citando idosos, acamados e crianças. Nesses grupos, de acordo com ele, as pessoas podem apresentar apatia (perda de interesse) ou demonstrar falta de apetite. “Às vezes essas pessoas não pedem líquidos, então é importante sempre oferecer”, aponta. No caso de exposição solar excessiva, há risco de insolação, continua. Nessa situação, a temperatura corporal aumenta consideravelmente, causando febre, fraqueza, queimaduras na pele e vômito, sendo necessária a busca por atendimento médico.
Quanto ao consumo diário de água, a recomendação de Castanhel é de 30 a 35 mililitros (ml) por quilo. Ou seja, se a pessoa pesa 60 kg, ela deve consumir de 1,8 a 2,1 litros de água diariamente. “É um cálculo que qualquer um pode fazer em casa”, observa o médico, lembrando que no caso de pessoas cardíacas ou problemas renais a situação é mais peculiar.
- WhatsApp: Participe do grupo fechado de A Gazeta.
- YouTube: Inscreva-se para assistir as matérias de A Gazeta.
Confira mais notícias no jornal impresso. Assine A Gazeta agora mesmo pelo WhatsApp (47) 99727-0414. Custa menos que um cafezinho por dia! ☕
