Eles até podem ser fofinhos e carinhosos, mas quando estão à trabalho a personalidade é um pouco diferente. Treinados para auxiliar no combate ao crime, os cães do 23º Batalhão de Polícia Militar de São Bento do Sul estão contribuindo valorosamente com os policiais quando o assunto é captura de pessoas, rastreio de drogas ou guarda e proteção.
Todo o treinamento dos cães Hunter, de um ano, e Iron, de três anos e meio, ambos da raça Pastor-belga-malinois, está à cargo dos policiais cabo Allan Vaz e soldado Júlio Blaszkowsky Júnior, respectivamente. Os dois participam de diversas capacitações e atualizações, estando diariamente com os cães e aprendendo até mesmo no decorrer das ocorrências. “Os dois cães são irmãos do Max, que foi nosso 01 e faleceu no ano passado. O pai deles é considerado, na nossa opinião, o maior K9 do Brasil. Já foi campeão em várias modalidades nos EUA, então é um trabalho de família”, explica Vaz, citando a carga genética herdada pelos cães do canil.
Tanto Iron como Hunter são considerados cães de tripla função, ou seja, recebem treinamentos em três áreas diferentes. “Só nós e Jaraguá do Sul, no Brasil inteiro, trabalhamos com três funções: guarda e proteção; faro de droga e arma; e busca e captura num cachorro só. Somos uma cidade pequena, não temos condições logísticas de manter um cão para cada necessidade”, cita Vaz. “Para a cabeça do cão é muito mais fácil se você tirar ele do box e só faz uma coisa. O cachorro é muito mecânico nessa questão. Não que um cão de tripla função não seja bom, ele só vai demandar mais tempo de treino e técnica pra chegar no resultado”, completou Blaszkowsky.
Conforme o soldado, a aquisição de um cão pode acontecer de duas maneiras: pelo filhote com genética ou o cão pronto. “Na questão animal, a genética é muito valorosa porque fica dentro do animal. Por isso é importante uma genética boa pela dificuldade em formar um cão excelente. Já está na genética dele fazer isso”, frisa Blaszkowsky, citando que o valor aproximado de um filhote é de R$ 5 mil, enquanto que um cão pronto, com uma só função, beira os R$ 35 mil.
Tudo é treino!
A rotina de Iron e Hunter, além dos dois policiais, é de muita disciplina e conhecimento. “Tudo é treino, temos um período para apresentar para o cão tudo aquilo que ele pode encontrar na rua. Passei 10 meses com o meu só apresentando isso pra ele”, disse Vaz. “Tem ambiente que pode ter uma galinha correndo, uma criança chorando”, falou o Capitão Lucas Ferreira Bélico, comandante da 1ª Cia do batalhão. “O serviço policial militar com cachorro é o mais difícil que tem. Hoje estamos fazendo faro dentro de uma casa, amanhã em um carro, na rodovia, dentro do galinheiro”, completou Vaz.
O treinamento no canil, segundo os policiais, nunca acaba. “A gente leva pra nadar, brincar com criança, andamos pelas ruas. Até os seis meses ele entende que está com a matilha, então tudo o que for apresentado não é um perigo. Ele faz o faro porque ele é obediente a nós, ele morde porque é obediente ao comando. Isso tudo fortalece o vínculo entre o condutor e o animal”, frisa o soldado.
A cada acerto o cão recebe uma recompensa, como um carinho ou um alimento. “Os cães tem uma rotina de atleta. A ração é a melhor a nível de Brasil, a proteína é de rotina de atleta. Basicamente de segunda a sexta é a rotina, aí sábado e domingo eles descansam. Salvo em operações”, cita Allan. “Importante frisar que o cachorro não tem contato com a droga, ele quer brincar. Quanto antes ele achar a droga, antes ele ganha a recompensa”, completou o cabo.
Atuações de destaque
Os policiais citaram ocorrências de destaque em que o uso dos cães foi primordial, como a captura de criminosos em matas, apreensão de drogas escondidas e até auxílio no resgate de uma criança desaparecida em área de mata em Campo Alegre. Saiba mais sobre as ocorrências policiais realizadas pelos cães clicando neste link.
Assista ao treinamento dos cães no vídeo abaixo:
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