Dezenas de pessoas se reuniram na tarde de ontem em frente à rua Carlos Ficker, no bairro 25 de Julho, próximo ao Loteamento Edelweiss, para protestar por uma solução para o local, que segue interditado desde as fortes chuvas que assolaram a região no início de junho.
O grande volume de água que caiu no sexto mês do ano fez parte da rua ceder e desabar e, desde lá, o local está fechado, o que causa um grande transtorno para os moradores das proximidades, que viram o movimento na rua lateral aumentar significativamente.
Marcelo Jaleski reside na rua Jornalista Raulino Preissler, que passou a ser usada como via principal com a interdição da Carlos FIcker. Ele comenta que a situação está muito ruim para os moradores. “O fluxo de veículos aumentou mais de dez vezes, a rua está cada vez pior”, diz.
Ele relata que a parada de ontem foi de apenas uma hora, mas que, se nenhuma atitude for tomada logo, haverá outra interdição, inclusive com a rua podendo ser fechada durante todo o dia. “Se nada acontecer, vamos parar por mais tempo e mais vezes”, diz.
DEMORA EM AGIR
A presidente da Associação de Moradores do Bairro 25 de Julho, Tatiane D’Oliveira, comenta a demora em ser realizado algo para mudar a situação da rua. “É um desrespeito com a população, já faz cinco meses, e nada foi feito; na época que o buraco se abriu, não era metade do que é hoje, isso assusta a população”, diz e complementa. “O que nós queremos é que a obra aconteça, se a gente for esperar mais cinco meses, vai cair tudo”, encerra.

Urbano Eckel também reside na rua Jornalista Raulino Preissler e reforça os inúmeros problemas existentes com o constante tráfego na via vicinal. “Tem muito pó quando o tempo está seco, e há muito barro e buracos quando chove. Como a rua é residencial, ela não está preparada para a passagem de caminhões e ônibus; essa movimentação excessiva é perigosa para as crianças, ainda mais que não tem acostamento”, explica e prossegue. “Muitas casas estão sendo abaladas estruturalmente devido às constantes trepidações”, diz.
Ele ainda reitera que apenas a pequena movimentação de máquinas que ocorreu ainda ontem à tarde – antes do protesto ser realizado – não é suficiente, e que os moradores esperam ser levados a sério. “Todos os problemas foram resolvidos, menos o nosso. Nós entendemos que isto depende de verbas federais, mas eles podiam pelo menos fazer algo por enquanto, o povo está cansado”, desabafa.
TRABALHOS INICIAM NESTA SEMANA
O prefeito Fernando Tureck (PMDB) explicou que a recuperação da rua Carlos Ficker inicia ainda nesta semana. No entanto, a medida será feita de maneira paliativa com objetivo de liberar a via, interditada há quase cinco meses. Conforme o prefeito, o projeto para recuperação completa do trecho está pronto. O estudo foi elaborado por uma empresa de Blumenau, e o custo estimado total da obra é de R$ 800 mil.
Tureck ainda explicou que conversou com um grupo de moradores durante uma reunião na própria Prefeitura. No encontro, o prefeito apresentou o balanço dos estragos na cidade em decorrência das chuvas de junho, quando foram registrados 400 pontos de deslizamentos de terra e milhares de residências foram atingidas, fatos que geraram prejuízos de aproximadamente R$ 5 milhões somente em danos à estrutura pública. Sem contar os estragos a pessoas físicas e jurídicas.
De acordo com o prefeito são-bentense, quatro foram os pontos mais afetados, e três deles já passaram por obras: a rua das Margaridas, onde ainda falta a recomposição do asfalto; a Vila Andorinha, onde parte da encosta desmoronou; e a tubulação na rua Professor Egon Hussmann, a qual foi substituída. “Tivemos que definir algumas prioridades, e a Carlos Ficker foi a última delas, mas já está no cronograma para ser feita”, disse.
O prefeito ainda lamenta o fato de que a obra não tenha iniciado antes por falta de recursos. Apesar das promessas de liberação por parte do governo do Estado, até hoje não veio o dinheiro para que a Prefeitura recupere toda a cidade, e outro problema foi a rejeição por parte dos vereadores de um projeto de repasse de R$ 1,5 milhão do Samae para a Prefeitura. “Vamos agora fazer essa obra paliativa e usando recursos da Prefeitura porque não temos como fazer ela completa”, explica.