Ontem foi registrada a menor temperatura de 2015 em São Bento do Sul. A estação meteorológica do Samae apontou 16,6 graus às 7h45. A temperatura máxima, ontem, chegou a 20,2 graus. São 15 graus a menos do que o pico de 35,3 graus do dia 12. Com a mudança brusca de temperatura, mudou também a vestimenta. O aposentado Carlos Raimundo, por exemplo, se obrigou a usar blusa. Aos 73 anos, o morador do bairro Schramm diz que, além de tudo, está um pouco gripado – por isso também não esqueceu do guarda-chuva.
“Com isso friozinho é bom para dormir”, disse ele, na Praça Getúlio Vargas. Nas recentes noites quentes, contudo, Carlos afirma que teve dificuldade para dormir. Mesmo assim, relatou que já está habituado às constantes mudanças climáticas que ocorrem em São Bento. “A gente acaba se acostumando”, explicou.
De acordo com o meteorologista Erikson de Oliveira, do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram), hoje (SEXTA) as temperaturas continuaram amenas, mas a partir deste sábado elas começam a aumentar novamente. Para domingo e segunda-feira, a previsão é que as temperaturas cheguem novamente na casa dos 30 graus. Em 16 dos 22 dias deste ano foram registradas temperaturas superiores a 30 graus em São Bento do Sul. Também no dia 12, quando ocorreu a maior temperatura do ano até agora (35,3 graus), foi registrada a maior variação. No mesmo dia os termômetros despencaram para 18,7 graus.
O que diz a medicina
O médico Luiz Carlos Reis Junior comenta que esta constante troca de temperaturas se caracteriza como um verdadeiro teste para a imunidade da população. “A capacidade de adaptação do ser humano é variável ao frio e ao calor. Ao frio, a pessoa leva uns quatro dias para se acostumar, já ao calor aproximadamente sete dias”, relata. A mudança pode acarretar em alguns problemas de saúde, explica Reis. “Se pela manhã está 13 graus e à tarde está 30 graus, o organismo não tem tempo de sofrer as adaptações necessárias, então isso irá agredir a via aérea superior, o que pode causar uma gripe, faringite e até amigdalite”, diz.
Por se tratar de uma situação relativamente comum no município, o médico explica que a população tende a se adaptar melhor às mudanças climáticas. “O espaço de tempo é muito curto para uma mudança tão brusca, mas quem vive aqui há pelo menos dois anos tende a absorver melhor a situação, já está mais adaptado, apesar de ninguém está livre de um resfriado”, comenta, dizendo ainda que é importante sair de casa sempre preparado para as variações do clima, com um casaco extra ou uma roupa mais leve de reserva.
