Contemplado pela Lei Paulo Gustavo em Rio Negrinho, o projeto Reza a Lenda será apresentado na noite desta quinta-feira (29), no auditório do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de Rio Negrinho, o Iprerio. O documentário conta a história de duas benzedeiras que atuam no município, explorando a origem da prática e como ela vem se perdendo com o passar dos anos.
Para Christian Hacke, proponente do projeto, o curta-metragem resgata uma tradição outrora muito utilizada, principalmente nas cidades mais interioranas. “A ideia é justamente contar como essas benzedeiras aprenderam a prática, deixando um legado para as gerações futuras. Antigamente, há cerca de 20 ou 30 anos, era muito comum encontrar quem fizesse benzimentos pela cidade. Hoje, infelizmente, essa prática está se acabando”, explica Christian.
Conforme o diretor geral Dieizon Cabral, o Dinho, o projeto aborda esse universo místico das benzedeiras. “Dirigir o projeto foi um grande desafio, poder contar a história de pessoas e manifestações culturais que estão desaparecendo. Foi muito prazeroso ajudar na construção dessas histórias”, disse ele. “Esperamos que, com este documentário, as pessoas voltem a resgatar o interesse por essa manifestação que é tão bonita”, completou.
A construção do roteiro, inclusive, foi um processo cuidadoso de escuta e respeito, buscando preservar as memórias e o impacto que elas têm em suas comunidades. “Mergulhar nas histórias dessas mulheres, que carregam uma sabedoria ancestral, nos permitiu explorar a riqueza da cultura popular e a espiritualidade que permeia suas práticas”, afirma André Carlos de Lima, roteirista.
Sobre o projeto
Reza a Lenda conta a história de Maria Zenilda Schauer e Maria Ivanilde Schroeder, a Dona Vani. Natural da localidade de Rio da Areia, em Mafra, Maria Zenilda teve cinco filhos em um período de sete anos. “A gente morava no interior, então procurava muito as benzedeiras para atender as crianças. De tanto levar um e outro, aprendi a benzer. Cada uma me ensinou um jeito”, conta a benzedeira.
Já Dona Vani herdou o dom da sua mãe, que era benzedeira e parteira, mesmo não querendo seguir os passos dela. “O povo começou a vir, faz uns 40 anos, com crianças com ataque de vermes, nos braços. Eu fazia o benzimento rapidamente, cortava os vermes deles, e eles voltavam”, explicou. “Eu acho que está se acabando, as pessoas não têm mais muita crença”, completou Vani.
O projeto tem a Cia Caravana como produtora, Dinho como diretor geral, Christian como diretor de projeto, apresentação de Alessandra Nascimento, roteiro de André de Lima, fotografia de Ana Carolina Nascimento de Oliveira, trilha sonora autoral de Laíne Cielusinsky Train, Eluiza Brunquell Treml como social media, e a MEP Produções responsável pelas filmagens.
Ficha técnica
– Produção: Cia Caravana
– Direção Geral: Dieizon Cabral
– Diretor de Projeto: Christian Hacke
– Apresentação: Alessandra Regina Nascimento Tonim
– Roteiro: André Carlos de Lima
– Fotografia: Ana Carolina Nascimento de Oliveira
– Trilha Sonora Autoral: Laíne Cielusinsky Train
– Social Media: Eluiza Brunnquell Treml
– Filmagem: MEP Produções
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