Acordar, levantar cedo e partir para o campo cuidar da lavoura. Essa é a vida que o são-bentense e produtor rural Celso Munch leva desde criança, possuindo uma trajetória de trabalho árduo, conhecimento e tradição na agricultura, passando para o seu filho Carlos Leo Munch e o neto Carlos Gabriel, o Carlinhos. Ao longo dos anos, essa história vem sendo construída na localidade de Ponte dos Vieiras, e se desenrola através de três gerações.
Atualmente com 68 anos, Celso conta que perdeu o pai logo na infância e precisou ajudar em casa, cuidando de sua irmã e sua mãe, começando a plantar algumas coisas para colaborar no sustento da família.
“Era pelos anos de 1965 quando tudo começou. Na época era mais milho e com o passar dos anos a gente foi crescendo e as coisas foram melhorando, pois já dava para vender o que a gente produzia. Daí eu conheci a Judite (esposa), casamos e tivemos três filhos, entre eles o Carlos que desde pequeno me ajuda na roça”, conta.
Com uma vida dedicada à terra, o filho Carlos relembra os conhecimentos que foram passados pelo pai desde os seus 10 anos de idade.
“Com aquela baita preguiça, fui começando, mas eu sempre gostei. Ainda pequeno lidava mais na plantação de milho e soja e depois iniciamos com o fumo e a criação de gado. É algo que dá pra se sustentar, nós não temos tanto terreno e o fumo dá mais em pouca área, pois se tivéssemos mais área plantável só ficaríamos com o milho e soja que é tudo maquinável”, disse Carlos.
Hoje em dia, além de cuidar da família junto com a esposa Luciana, ele é quem está na ativa para manter as plantações e relata que este é um negócio que deve ser feito com paciência, cuidado e sabedoria.
“Lá por julho, por exemplo, é semeado o fumo, cuidando das canteiras e preparando a terra. Depois de feito o plantio, é preciso capinar e cuidar da roça, já em dezembro começamos a colher, sendo feita a secagem na estufa e separado para venda. Temos uns 25 hectares, separado pelo milho, soja e fumo e depois da colheita nós fazemos a distribuição para as cooperativas e indústrias que temos contrato”, explicou.
Desafios
Viver desse meio não é nada fácil, a família destaca os contratempos enfrentados na produção rural, como as incertezas climáticas e outros fatores econômicos. No entanto, as recompensas estão na satisfação de contribuir através da união e determinação.
“É necessário enfrentar alguns problemas, entre eles depender do clima, pois períodos de muita chuva, geada ou seca, prejudicam as plantações. No ano passado foi um dos mais complicados, pois primeiro era muita chuva, não dava para plantar. Os fumos não cresceram bem. Além de prejudicar também a soja e milho, então a gente depende 100 % do tempo e esperamos que este seja um ano melhor”, completou o produtor rural, Carlos Munch.
Renovação
Carlinhos, atualmente com 15 anos, vem de uma geração que cresceu em meio aos campos e ao conhecimento transmitido pelos avós e pais. Incentivado, ele seguirá o caminho, porém focado nos estudos, onde em breve irá iniciar no Colégio Agrícola, em Rio Negro (PR).
“Ajudo o pai e o avô no que posso e também cuido da minha irmã Júlia. Eu estou bem ansioso pra ir pro Colégio, a gente fica na expectativa, pois lá acho que irei aprender muita coisa”, disse.
Na essência dessa história, está a visão de um ciclo que se renova a cada geração. A tradição é preservada, mas também se adapta às demandas. Com isso, o Pai, filho e neto unem forças para garantir não apenas a sobrevivência da propriedade rural, mas também vão moldando a identidade da família entre o passado, presente e futuro.
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