“A Incrível Ponte Que Habita Gente”, mais um dos projetos contemplados pelo Edital de Apoio à Cultura deste ano, consiste na adaptação do texto “A Ilha”, do autor português João Gomes de Abreu. O conto, adaptado pelo dramaturgo Fred Paiva, de Jaraguá do Sul, é a base da peça que será interpretada pelos atores são-bentenses Alessandra Nascimento e Rafael Nagel. Na obra, “uma espécie de fábula”, conforme Rafael, a união dos moradores ilhéus em torno da construção de uma ponte para chegar ao continente. Um personagem político, o “ministro” da ilha, contudo, tenta se aproveitar da situação, autopromovendo-se. Uma senhora, “meio curandeira, meio cigana”, é o contraponto no desenrolar da história. “O final é surpreendente, mas, claro, não podemos contar”, diz Alessandra.
Apresentações
“A Incrível Ponte Que Habita Gente” estreará na Feira do Livro de São Bento do Sul, no dia 17, na Praça Getúlio Vargas. Serão duas apresentações, às 9h30 e às 14h30. Como contrapartida social – uma das exigências do edital –, haverá dez encenações em escolas municipais, sendo elas Dalmir Pedro Cubas (Serra Alta), Alexandre Pfeiffer (Colonial), Adélia Lutz (Cruzeiro), Sophia Schwedler (Mato Preto) e Newton Mendes (25 de Julho). “As apresentações nas escolas ainda serão agendadas”, informa Alessandra, destacando que elas ocorrerão em outubro ou novembro.
O texto do autor português tem um viés político, lembra Rafael. “É algo contestador”, ressalta. “Porém, as mensagens ficam nas entrelinhas”, completa, explicando que o projeto é voltado especialmente ao público infantojuvenil, embora seu conteúdo sirva para todas as idades. O cerne da peça, de acordo com os atores, está na importância de cada um ser o que é, sem perder a visão coletiva. “Afinal, só se pertence a um grupo sendo único”, resume Rafael.
O projeto conta com participações importantes, de destaque nas artes cênicas, como o diretor Alexandre Forte, de São Paulo, e o cenógrafo e figurinista Lucas Davi, de Penha. A brusquense Márcia Cardeal – que expôs recentemente no Sesc de São Bento do Sul – é a responsável pela arte gráfica dos materiais da peça. Os próprios atores são-bentenses têm larga experiência e vivem do trabalho artístico. Alessandra está há 15 na lida teatral, e Rafael há 13 anos. Somente o espetáculo “Kamishibai”, interpretado por ambos, foi visto por mais de 20 mil pessoas neste ano, em inúmeros municípios catarinenses.
