Quanto tempo dura o nunca? Foi isso o que Linda Tomelin pensou quando escutou, por pessoas de fora do trabalho, que na rádio 89 nunca teria um programa jornalístico. Na época, ela ainda estava na faculdade de jornalismo, e já demonstra interesse por rádio desde caloura. E o resultado da indagação completou ontem 3000 edições no ar.
Um projeto que começou tímido, hoje acompanha diversos ouvintes às 12 horas, de segunda a sexta-feira. A gerente administrativa Ana Paula Tureck de Oliveira comentou que existia uma grande procura por fazer entrevistas sobre campanhas e divulgações de eventos sem fins lucrativos. “Com o 89 Notícias conseguimos preencher este espaço que faltava”, fala. O projeto foi motivo de felicidade para ela e para a mãe, Mariazinha.
Desde o início, as vozes que guiam a meia hora de informação do dia são da Linda Tomelin e Ney Maia. Com tantos anos de trabalho juntos, a sintonia é grande. Basta a intonação da voz mudar, que eles já sabem que algo não está ocorrendo como deveria.
Além da dupla, algo que não mudou durante as 3 mil edições foi a maneira de abordar o conteúdo. “O nosso foco são as notícias da cidade e depois vamos para as regiões”, explicou Linda. “As pautas são selecionadas para manter a imparcialidade e não tomar partido em questões políticas. Priorizamos as pautas por campanhas sociais, de conscientização, eventos e cursos sem fins lucrativos, de utilidade pública”, complementa Ana.
Bastidores
Muitos devem se perguntar como funciona um programa ao vivo, e se existem, imprevistos por trás dos microfones. Bom, em todos esses anos, a 89 notícias só deixou de entrar no ar uma vez e foi por falta de internet.
Para além disso, o que pode acontecer, às vezes, é o atraso ou o entrevistado do dia. Ou melhor, acontecia, pois desde a pandemia, eles mudaram o formato e viram que o WhatsApp poderia ser um aliado para resolver as questões de atrasos.
Rotina
Engana-se quem pensa que o trabalho começa só ao meio-dia. A produção do jornal inicia pelas 7h30. Quando a Linda chega, a primeira função é olhar o e-mail e os contatos, em busca de assuntos para abordar. O próximo passo é a elaboração de um roteiro, em dias de entrevista, também tem a edição do material, quando o entrevistado não está pessoalmente no local, e só ao meio-dia entram ao vivo.
Linda relembra que durante os 11 anos já tiveram outros companheiros ajudando a realizar o jornal. Por lá, já passaram vários colunistas abordando os mais variados assuntos. Os ouvintes mais fiéis devem lembrar da Janaina, com sua coluna sobre nutrição, Thiago Garcia e Lu Koetzler, trazendo dicas de bem-estar, Robson Mello, com sua abordagem sobre saúde mental, André Grossl, Direito do Consumidor e o Luiz Neri Pereira, o Magrão, falando sobre esporte. Atualmente, o Magrão ainda colabora com a coluna esportiva na rádio.
Uma alegria
Apesar dos atrasos de entrevistas, hoje, quem escuta a rádio sabe que a dupla está sintonizada. Mas, a edição número um foi de nervosismo, tanto para o Ney quanto para a Linda. Ela, a voz de São Bento, até chegou duas horas antes do horário de trabalho para se preparar com calma. Claro, teve alguns ensaios antes.
Para Ney, é também um privilégio fazer parte do dia de tantos ouvintes. “Eu me considero privilegiado de ter sido convidado a fazer parte dessa história, do jornalismo da rádio. A rádio [antes] nunca teve um jornalismo, um programa próprio assim, produzido aqui dentro”, menciona.
Confira mais histórias sobre o bastidores do programa na edição impressa desta quarta-feira (4).
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