O aumento no número de pessoas em situação de rua em São Bento do Sul tem preocupado autoridades e mobilizado diversas entidades para encontrar soluções conjuntas. De acordo com a Prefeitura e a Secretaria de Assistência Social, 126 pessoas estão cadastradas como em situação de rua no município, em março eram 90.
Durante reunião do Comitê de Atenção à População em Situação de Rua, realizada recentemente, representantes da Promotoria de Justiça, Prefeitura, Polícia Militar, Acisbs, Creas e demais secretarias discutiram estratégias para conter o avanço desse cenário. O foco principal das abordagens das assistentes sociais é evitar que novas pessoas cheguem às ruas e tentar reinserir aquelas que ainda mantêm vínculos familiares ou comunitários.
Durante as abordagens, as assistentes sociais verificam se a pessoa possui família, se veio de outro município ou se foi encaminhada de cidades vizinhas — situação que tem sido relatada com frequência. O retorno à cidade de origem, sempre de forma voluntária e com suporte social, é uma das principais medidas adotadas. “O município não encaminha ninguém contra a vontade. Isso seria crime”, explicou Alex Schlepka, diretor do Creas.
As profissionais também reforçam que os primeiros meses na rua são decisivos. Nesse período, ainda há maior chance de reinserção social e familiar, mas, com o tempo, o vínculo com a rua se fortalece, tornando o processo mais difícil. A falta de um abrigo fixo é um dos principais desafios, atualmente, o município está elaborando um projeto para implantação do espaço. Durante o inverno, um abrigo temporário funcionou entre maio e setembro, atendendo 71 pessoas, oferecendo 980 refeições e realizando encaminhamentos para documentação, empregos e internações.
Outros fatores que dificultam a saída das ruas incluem a falta de documentos, o receio de perder benefícios sociais, como o Bolsa Família, e casos de dependência química. Ainda assim, a Assistência Social registra histórias positivas de reintegração, com pessoas que receberam apoio, conseguiram emprego e reconstruíram suas vidas.
O comitê também reforça a importância de não oferecer esmolas diretamente, pois isso contribui para a permanência nas ruas. A campanha “A rua não é lar” busca orientar a população a acionar os canais oficiais de assistência, ajudando de forma mais efetiva quem precisa.






