O ex-secretário de Finanças da Prefeitura de Rio Negrinho, Dimas Kocan, foi condenado a 19 anos, três meses e dois dias de reclusão, em regime fechado, e ao pagamento de 111 dias-multa, pelos crimes de peculato e falsidade ideológica. Kocan, que era servidor de carreira da Prefeitura, desviou mais de R$ 3 milhões enquanto titular da pasta de Finanças – entre setembro de 2022 e outubro de 2023. Ele se beneficiou por meio de transferências bancárias de contas da municipalidade para contas pessoais e para uma empresa criada por ele.
Em juízo, Kocan confessou que adquiriu dívidas exageradas no decorrer dos últimos anos, motivo pelo qual começou a realizar o delito em setembro de 2022. Ele afirmou ainda que, no início, a intenção era apenas o pagamento dessas dívidas, porém foi ganancioso, continuou o fato, fugindo do controle.
Ele também detalhou que utilizava do sistema da Caixa Econômica Federal (CEF) para os desvios por este ser mais frágil do que o do Banco do Brasil (BB), já que o segundo banco exigia a assinatura de três pessoas para efetuar a transação.
Empresa
Dimas também comentou sobre a criação de uma empresa para a qual pretendia obter crédito e torná-la legal, mas a utilizava par lavar o dinheiro. Ainda em juízo ele admitiu que começou pagando dívidas e depois adquiriu bens, trocou de carro, reformou a casa, fez viagens, gastou com cartão de crédito, fez doações, investiu também na empresa de um sócio e que não tem ideia de quanto efetuou de transferências. Sobre a troca da casa onde morava, o ex-secretário afirmou que já tinha parte do valor, pois teria vendido um imóvel, além de ter um dinheiro de sua mãe.
O ex-secretário frisou que o dinheiro que entrava nas contas chamava de sobra de caixa, que seriam pagamentos feitos em duplicidade ou a maior, além de uma parte de rendimentos, sendo que os lançamentos da Prefeitura para ele eram feitos como transferência entre contas, imposto de renda ou ajuste de fonte de recurso, ou seja, alterando nomenclaturas para dificultar que seu crime fosse descoberto.
Além de ter seus bens sequestrados – parte desses bens já haviam ido para leilão, Kocan perdeu seu cargo, conforme confirmou a assessoria da Segunda Promotoria de Justiça de Rio Negrinho. Ainda de acordo com a Promotoria, a sentença aguarda o trânsito em julgado, ou seja, cabe ainda recurso da decisão. Ele continua preso no Presídio Regional de Mafra.
- WhatsApp: Participe do grupo fechado de A Gazeta.
- YouTube: Inscreva-se para assistir as matérias de A Gazeta.
Confira mais notícias no jornal impresso. Assine A Gazeta agora mesmo pelo WhatsApp (47) 99727-0414. Custa menos que um cafezinho por dia! ☕