Passadas duas semanas da vitória do PT na briga pelo governo federal, finalmente o presidente estadual da sigla, Cláudio Vignatti, fez uma análise mais cautelosa da participação da sigla, que concorreu com duas alianças fortes − formadas por uma série de partidos de diferentes linhas ideológicas.
Segundo ele, a única sigla que realmente conseguiu mostrar seu tamanho foi o PT, que não contou com aliados e mesmo assim fez uma votação muito expressiva. “Todos os outros estavam coligados, nós não, concorremos sozinhos. Mostramos nosso tamanho e valor no cenário estadual, e isso será levado em conta para a sequência da construção de um projeto político para Santa Catarina”, disse.
Vignatti ainda analisou a situação que, na sua visão, poderia ser diferente. Em seu entendimento, se o PT tivesse saído com outra sigla de tamanho parecido, o resultado das eleições seria muito diferente. “Se o PP ou o PMDB tivessem aderido a um projeto político bom para o Estado, teríamos saído juntos, com um ou com outro. Poderíamos ter vencido as eleições”, segue.
Uma das situações mais emblemáticas verificadas na campanha, conforme o presidente e ex-candidato ao governo estadual, foi o que ele trata de “pseudopalanque duplo” em relação à reeleição federal. Em sua análise, apenas o PT deu palanque para a presidente no Estado, sendo que o governador havia se comprometido em apoiar Dilma. “Não tivemos apoio do Colombo, em momento algum. Não vi campanha dele. Se ele ajudou a presidente foi apenas com o voto dele mesmo. O que eu presenciei foram muitos integrantes do PSD com o adesivo do 45 no peito”, alfineta.
Com relação ao futuro, Vignatti diz que está ainda no período que ele trata como “luto político”. Para ele, quem perde uma eleição precisa passar um tempo avaliando todos os acontecimentos para decidir o rumo que vai seguir. “Estou analisando, mas com tranquilidade. Fui candidato numa campanha ‘franciscana’, sem apoio da máquina e sem o apoio do governo federal. Afinal, a Dilma acreditava ter dois palanques no Estado. Mas isso também faz parte da política. Vou deixar passar esse momento de ‘luto’ e seguir trabalhando. Dia 22 de novembro, temos uma reunião com todos os municípios do Norte na cidade de Jaraguá do Sul, onde vamos traçar objetivos, mas seguindo a construção de um projeto para Santa Catarina”, complementa.
A respeito do governo federal, destacou que Dilma Rousseff tem um compromisso grande com o povo brasileiro de realizar um governo melhor do que o dos últimos quatro anos. “Nossa vitória neste ano ainda faz parte dos juros dos oito anos do governo Lula. Ela (Dilma) terá quatro anos para realizar um governo melhor do que foi o seu primeiro mandato”, opina.
Questionado sobre o fato de assumir algum cargo no governo federal, diz que a presidente somente vai definir seu ministério no final do ano, no entanto destaca que não fez campanha para receber um cargo. “Fiz campanha porque acredito num projeto para Santa Catarina. O futuro precisa ser organizado, mas é cedo para qualquer decisão ou comentário sobre os cargos existentes. Tenho mais três anos para trabalhar como presidente do partido no Estado, e é isso que vou fazer para fortalecer a sigla”, encerrou.