A ciclista são-bentense Gabriele Krol, a Gabí, foi um dos destaques do Tour da Bahia, evento disputado durante três dias em diferentes municípios, como Castro Alves. “Sempre acompanhei essa prova com admiração”, conta ela. “De repente, me vi diante da chance de vivenciar tudo de perto, como atleta. Foi uma mistura de gratidão, empolgação e responsabilidade”, continua a moradora do bairro Rio Vermelho Povoado.
Além de exigir um considerável preparo físico, o Tour da Bahia pede uma boa dose de preparo psicológico. “Na categoria Feminina, a competição foi dividida em três etapas. A abertura foi um contrarrelógio de 10 quilômetros (km), curto e explosivo. Cada segundo faz diferença. Em seguida, enfrentamos duas etapas longas, de 110 km cada, com muito calor. É o tipo de prova que testa todas as suas versões como atleta — da explosão à resistência, da cabeça fria à garra nos momentos mais difíceis”, resume.
A ciclista de São Bento do Sul levou sua bicicleta pronta para o torneio, mas acabou enfrentando um contratempo mecânico. “Nesse momento a sorte e a parceria falaram mais alto: surgiu a oportunidade de competir com uma bike Felt, marca oficial da equipe Emthos Felt Racing, o que me deu ainda mais confiança para encarar os três dias de rova”, comemora Gabí.
Motivação
Na primeira etapa – o contrarrelógio –, o desafio começou antes mesmo do cronômetro iniciar. As bikes de TT, com sua aerodinâmica superior, garantem tempos bem mais competitivos do que os proporcionados pelas speed convencionais de estrada, e isso se refletiu no resultado final. “Consegui um sólido sexto lugar, o que me deu ainda mais motivação para as etapas seguintes. Era só o começo e eu sabia que ainda tinha muito chão pela frente”, diz.
Logo no início da segunda etapa, mais um empecilho para colocar a cabeça à prova. “Tive problemas mecânicos e acabei perdendo o pelotão principal. Em provas longas como essa, isso pode ser um duro golpe, mas desistir nunca foi uma opção. Logo percebi que outra atleta também havia ficado para trás. Juntas, formamos uma dupla determinada a voltar para prova”, destaca a atleta.
Nesse instante, Gabí e a oponente acabaram trabalhando unidas, “revezando, mantendo o ritmo e buscando motivação uma na outra”, conforme as palavras da são-bentense. “No quilômetro 70, finalmente conseguimos alcançar o pelotão novamente. Foi uma conquista que teve gosto de vitória. A essa altura, uma fuga já havia se consolidado na frente e o grupo principal apenas administrava o ritmo. Mantive-me ali até a chegada, que foi decidida no sprint final”, completa, informando que obteve a 8ª colocação do dia.
Última etapa
Na terceira e última etapa, mais um longo dia pela frente. A estratégia era clara, de acordo com a ciclista são-bentense: manter-se no pelotão principal e guardar forças para o momento certo. “Mas eu também sabia que se deixasse para decidir no sprint final, minhas chances seriam menores. Como estava me sentindo bem, resolvi arriscar tudo”, declara.
“Faltando três quilômetros para a chegada, na última subida do dia, apertei o ritmo e fui embora. Transformei os quilômetros finais em um verdadeiro contrarrelógio. Cruzei a linha de chegada com cerca de um minuto de vantagem sobre o pelotão, garantindo a quinta colocação geral na prova. Foi a coroação de um final de semana intenso, de superação, trabalho em equipe e coragem para acreditar nas minhas escolhas”, comemora.
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