Por que não é recomendado tomar banho enquanto há tempestades? O celular pode ficar carregando e embaixo do travesseiro durante a noite? Se a televisão estiver desligada, mas na tomada, ainda consome energia? Essas foram algumas dúvidas dos alunos do 4º e 5º ano da Escola Básica Municipal Professora Aracy Hansen durante a ação “Celesc nas Escolas”.
A iniciativa das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) é trazer a conscientização sobre o uso seguro e eficiente da energia elétrica, despertando a curiosidade nas crianças e passando conhecimento de uma maneira mais lúdica. E a curiosidade por parte dos alunos não faltou. Foram muitos dedos levantados com perguntas a serem feitas e diversas dúvidas sanadas.
O público-alvo da região são crianças de 9 a 11 anos. No ano passado, “Celesc nas Escolas” percorreu as unidades estaduais de ensino. Neste ano, o foco são as escolas municipais. Segundo Carlos Becker, gerente regional da Celesc, foi selecionada essa faixa etária pela questão de memória de repasse. Ou seja, os alunos entendem o que está sendo falado e repassam a informação adiante, em casa ou com outros colegas. “Para nós é muito legal, porque a gente recebe muito feedback positivo da escola”, comenta.

O projeto “Celesc nas Escolas” acontece em todo o estado pela concessão, mas as equipes são montadas por regionais. Aqui, abrange São Bento do Sul, Rio Negrinho e Campo Alegre. A equipe presente na EBM Professora Aracy Hansen foi composta por Claucia Gauziski Peyerl (Atendente Comercial e Coordenadora do Projeto), Paulo Fernando Ornellas (Técnico Industrial), Regiane Maria Junkes da Cruz (Eletricista), Eduardo Riba (Eletricista), Elaine Cristina da Silva (Assistente Social) e Carlos Alberto Becker Junior (Gerente Regional).
Carlos explicou que o projeto foi criado há mais de 15 anos, mas estão retornando com ele agora nas escolas. A equipe está aprimorando as maquetes de linhas de transmissão e maquetes de rede de distribuição. “A questão do visual, a gente sabe que ela impacta, né? Ela traz uma informação um pouco maior”, complementou. Mas, além do visual, é utilizada uma linguagem direcionada para o público-alvo.

Da eletricidade à segurança
“Quem tomou banho ontem? A água do chuveiro estava quentinha? Vocês sabem me dizer por que a água do chuveiro sai quentinha?” Essa foi a pergunta que iniciou a apresentação. Timidamente, alguns alunos responderam: “Por causa da eletricidade”. Este foi o primeiro tópico da conversa, a eletricidade e como chega até às casas. Depois, foi abordada a questão de economia e, de maneira lúdica, com o auxílio de uma maquete, a equipe consegue mostrar como acontece o gasto na casa e quais eletrodomésticos consomem mais energia.
Outro assunto que a equipe traz à tona é a segurança. Carlos explicou que existem diversos vídeos na internet, seja no YouTube ou TikTok, com desafios para serem feitos. Muitos envolvem a questão da eletricidade, colocando a vida dos participantes em perigo. Então, trazer esse assunto na escola é importante. “Hoje a questão da segurança para nós, assim, é o momento mais importante que a gente tem”, menciona. Eles também apresentam os equipamentos utilizados para acessar uma rede de energia elétrica e os cuidados necessários. “Para nós, ter essa conscientização que é o mais importante do projeto.”
Becker enfatizou que durante as conversas existe uma troca de informação. Às vezes, a equipe acaba descobrindo assuntos novos com as crianças e já procura levar para as próximas palestras. “Por mais, entre aspas, boba que pareça a pergunta, ela pode se transformar numa informação muito importante. Para a questão da economia, para a questão da segurança”, explicou Carlos.
Participação da escola
Quem estava na primeira fila e acompanhando com entusiasmo a apresentação foi a aluna do 5º ano Estefany Kalyne Fernandes, que achou a palestra boa. “Tem coisas que eu fazia que aprendi agora que eu não posso mais fazer”, citou. Entre os exemplos, ela citou que deixava o celular carregando embaixo do travesseiro enquanto dormia, a geladeira muito tempo aberta e deixava vários aparelhos ligados.
Agora ela sabe que fazer isso pode gerar mais gastos de energia e também não é muito seguro. A aluna de 11 anos também participou da dinâmica de vestir os equipamentos de prevenção individual utilizados pela Celesc nos trabalhos. Ela achou a experiência legal, mas garantiu: “É muito pesada”, disse sorrindo.

A diretora da unidade de ensino, Daniele Maria Wedderhoff, acompanhou a apresentação e enfatizou a importância de ações assim nas escolas. Segundo ela, hoje as escolas estão preparando os estudantes para viver e atuar na sociedade. “Quando nós preparamos a criança com o conhecimento adequado, ela consegue ser uma protagonista também no ambiente onde vive, né? E o conhecimento que eles [Celesc] têm, isso agrega tanto que eles podem ajudar até pessoas, às vezes, da própria família que não tiveram determinado conhecimento”, frisou.
Becker citou que as escolas agora buscam pela ação e o programa está tendo uma boa adesão. “Conforme o pessoal foi pegando qual é a ideia do Celesc nas escolas, nos procura para trazer essa questão para a escola”, explicou. E não são só os alunos que saem ganhando. Daniele comentou que, com quase 50 anos, ainda continua aprendendo com essas iniciativas.







