Em dezembro do ano passado, há praticamente um ano, relatamos o problema enfrentado pela família de Luiz Souza, até então morador da casa de número 360 da Rua Romédio Pilatti, no bairro Vila Nova. O local fica exatamente abaixo do muro de contenção construído na Rua Luiz Scholz Filho, e que tentava resolver o problema de movimentação da terra naquele local, cujos primeiros registros na estrutura são de 2014. Mesmo com a construção do muro em 2019, parece que o problema está longe de ser resolvido.
Em dezembro de 2019 haviam sido investidos cerca de R$ 1,5 milhão na obra, mas o grande volume de chuvas registrado na cidade provocou rachaduras na Luiz Scholz Filho já em 2021, obrigando que moradores precisassem ser retirados do local e também da própria Romédio Pilatti, devido ao risco iminente de deslizamentos.
Souza é um desses moradores e explica que já passou por uma série de mudanças desde o início dos transtornos – atualmente ele está sendo contemplado com aluguel social da Prefeitura.
A mais recente movimentação na casa de Souza aconteceu neste final de semana, conforme explicam ele e a esposa Sandra. “A gente vem aqui quase que diariamente para ver a situação da casa. Mesmo não morando mais aqui, ainda temos algumas coisas como móveis guardados no interior da casa, até porque no lugar onde estamos não cabe tudo”, conta a esposa.
Um muro atrás da casa, e cuja construção foi criticada por Luiz ainda no ano passado, acabou vindo uma parte para cima de sua residência e outra parte caindo ao lado da mesma.
Souza chegou a contratar um geólogo por conta própria, em 2021, para fazer um levantamento sobre os perigos do local e aponta que o documento contraria os laudos apresentados pela prefeitura e pela Defesa Civil do Estado à época.
“Um laudo deles de 2021 diz que o local tem risco alto, outro aponta que o risco agora é médio, e o laudo que eu contratei aponta que o local é de grande risco e que deveria ser destinado para uma área verde”, explica ele, que chegou a apresentar o documento ao prefeito Caio Treml.
Indenização
Cansado das constantes mudanças de casa por conta da situação, Souza sugeriu – com base no laudo que apresentou – que a Prefeitura o indenizasse.
“Eles apenas argumentam que não podem fazer”, comenta o morador, que aguarda o desfecho da situação. Ainda de acordo com ele, os dois vizinhos de sua casa também foram orientados a sair dos imóveis por conta dos riscos de mais deslizamentos – uma das casas já foi desocupada. “Será que vai precisar alguém morrer para fazerem algo”, questiona Sandra.
Entramos em contato com o secretário Municipal de Planejamento e Meio Ambiente, Marcelo Streit e com o coordenador Municipal da Defesa Civil, Fábio Tureck, questionando se já existe alguma novidade com relação ao caso da família Souza, bem como com relação aos demais moradores impactados com os deslizamentos de terras no local. No entanto, não tivemos resposta. A Rua Luiz Scholz Filho está interditada desde o início de outubro, quando a cidade registrou grandes volumes de chuva.
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