Carroça fúnebre usada em cortejos é oficialmente tombada em São Bento do Sul

Fortemente ligado à comunidade, bem remete aos anos 1930

• Atualizado 3 horas atrás.

Valor do veículo para São Bento do Sul foi oficialmente reconhecido (Divulgação)

Construída artesanalmente, a histórica Carroça Fúnebre de São Bento do Sul – que remonta aos anos 1930 – é considerada um símbolo da cidade. Tanto que acaba de ser oficialmente tombada como patrimônio municipal. A decisão foi tomada após a análise de seu valor histórico, cultural, técnico e simbólico para a comunidade. A carroça teve papel central nos cortejos fúnebres da cidade por mais de quatro décadas.

A carroça foi idealizada em 1935 pelo sapateiro Frederico Fendrich, que, ao encontrar um velho carro deteriorado herdado de seu pai, decidiu reaproveitar as ferragens para a construção de um novo veículo. Para isso, viajou até Joinville, onde encontrou um modelo que serviu como referência. A construção foi realizada por um grupo de artesãos locais, entre eles os marceneiros Leopoldo Zschorper, Alexandre Zschorper e Jack Matl, o ferreiro Gustavo Stratmann e o pintor Ernst Walter Zulauf, com as cortinas decorativas feitas em Joinville.

Finalizada em fevereiro de 1935, a carroça passou a ser utilizada nos cortejos fúnebres da cidade, com Frederico Fendrich atuando como condutor. Em pouco tempo, a Prefeitura de São Bento do Sul contratou o serviço, tornando-o oficial. Após a morte de Frederico, em 1947, o veículo foi incorporado ao patrimônio público, permanecendo em atividade até 1976, quando foi substituído por veículos motorizados.

Garagem
A carroça ficou, então, abandonada na garagem municipal por muitos anos, até ser reencontrada por Herbert Alfredo Fendrich, filho de Frederico, que liderou a restauração do bem com o apoio de artesãos da cidade. “Sensibilizado, decidiu restaurá-lo com o apoio de outras pessoas da comunidade. Herbert, que era marceneiro, liderou o processo de restauração”, destaca a arquiteta e urbanista Beatriz Neumann, que assina o parecer técnico que embasou o tombamento pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico (Compah).

“Após o restauro, procurou o prefeito da época e sugeriu a construção de um abrigo permanente para a carroça ao lado do Cemitério Municipal, tornando-a acessível à contemplação pública. A reinauguração foi marcada por um desfile durante o aniversário da cidade”, continua ela.

Reforma do expositório
Em agosto de 2022, a carroça foi utilizada para fazer o traslado dos restos mortais do padre Fidélis Tomelin do Cemitério Municipal até a Igreja Matriz Puríssimo Coração de Maria, sob olhares de uma multidão. Em 2024, no mês de fevereiro, a Secretaria de Obras promoveu a reforma do expositório da carroça, o qual fica ao lado do próprio cemitério.


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