Ampliação de investimentos em infraestrutura no Estado e a redução da carga tributária, com um novo pacto federativo, estão entre as propostas da indústria catarinense e que foram encampadas pelos candidatos ao Senado Dário Berger (PMDB), Milton Mendes (PT) e Paulo Bornhausen (PSB).
Na semana passada, os três participaram de um debate sobre os temas que integram a Carta da Indústria, documento elaborado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), que também promoveu e sediou o encontro. “A Fiesc estará à disposição do senador que for eleito para fornecer subsídios, debater propostas e cobrar um bom desempenho em favor de Santa Catarina”, afirmou o presidente da entidade, Glauco José Côrte.
Os candidatos foram perguntados sobre suas propostas para infraestrutura, tributação, incentivos à reciclagem e Plano Plurianual. Sobre as propostas para infraestrutura, Dário Berger e Paulo Bornhausen reforçaram que é preciso rever o Pacto Federativo para que os recursos da União sejam distribuídos de uma forma mais equânime. “O que está errado é a essência do modelo. O dinheiro tem que vir proporcionalmente ao que produzimos. Se não mudar a estrutura, vamos continuar discutindo os mesmos problemas”, afirmou Dário.
Bornhausen, por sua vez, lembrou que Santa Catarina tem sofrido com os atrasos em diversas obras e citou o caso da BR-101. “A sociedade tem se mobilizado, mas há um domínio da máquina pública que prejudica Santa Catarina e faz com que projetos sejam postergados”, salientou. Milton Mendes ressaltou que estão previstos R$ 19 bilhões em investimentos para Santa Catarina no PAC 2, e defendeu que seja retomada a construção de ferrovias no Estado.
Tributação
Na área tributária, Mendes disse que há muitas dificuldades para viabilizar a reforma, especialmente nas negociações políticas com os Estados. Citando a Carta da Indústria, o candidato disse que os pleitos relativos à tributação que constam no documento são “o sonho dos empresários e do povo”. Na publicação, a Fiesc propõe equacionar os incentivos fiscais no âmbito do ICMS, simplificar o sistema tributário, reduzir os tributos e encargos sobre energia, transporte e logística, além de desonerar tributos incidentes sobre os investimentos e exportações.
Bornhausen disse que não admitirá qualquer tipo de aumento de impostos no Brasil. “Vamos trabalhar um escalonamento para reduzir a carga tributária de forma viável”, informou. Ele também defendeu a simplificação do sistema atual e afirmou que o Senado pode desempenhar esse papel, criando mecanismos para melhorar a competitividade dos Estados brasileiros. Dário destacou que a carga tributária está chegando a 40% do PIB e enfatizou que os serviços públicos não são compatíveis com o que se paga. “Ninguém reclamaria se o retorno fosse adequado. Essa realidade tem que ser alterada”, afirmou.